HONRA AO LEGADO

Docente do Instituto de Ciências Biológicas atuou na vanguarda dos estudos em genética no Brasil e fundou o Ambulatório de Genética do Hospital Universitário

A Universidade de Brasília lamenta a morte da professora emérita Iris Ferrari. Médica pioneira na área da genética no Brasil, a docente morreu no último sábado (19), aos 90 anos, em decorrência de leucemia. O enterro foi realizado no domingo (20), em Jaú (SP), cidade onde nasceu.

Iris Ferrari tornou-se professora emérita da UnB em 2002. Foto: Universidade de São Paulo

 

Iris formou-se em Medicina na primeira turma da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), em 1957, e, logo no início da carreira, ganhou destaque ao participar do desenvolvimento de uma técnica até hoje utilizada para o diagnóstico de alguns tipos de câncer do sangue, como o mieloma múltiplo.

Foi docente no Instituto de Ciências Biológicas (IB) da UnB, fundou o Ambulatório de Genética do Hospital Universitário de Brasília (HUB) e introduziu o ensino de genética no curso de Medicina da Universidade. Ao longo da trajetória acadêmica, Iris Ferrari orientou 51 dissertações de mestrado e 43 teses de doutorado. Trabalhou ativamente na UnB até os 89 anos, em seu laboratório na Faculdade de Medicina.

RECONHECIMENTO – Com especialização em Genética nos Estados Unidos e pós-doutorado realizado na Holanda, Iris Ferrari foi uma das primeiras pesquisadoras do Brasil a ter trabalhos publicados em revistas de destaque no exterior e implantou a primeira residência médica em genética do Brasil.

Além do título de Professora Emérita da Universidade de Brasília, em 2002, recebeu inúmeros prêmios e homenagens. Um deles foi o Prêmio Cláudia - Mulher do Ano, em 2006, na categoria ciência. “A vida e trajetória da professora Iris foram marcadas pelo pioneirismo. Deixou um grande legado na formação humana e profissional de muitos pelos locais por onde passou. Ela foi uma pessoa muito importante para a área médica e para a genética de maneira geral e formou muitas pessoas”, relata a professora da Faculdade de Medicina da UnB Juliana Mazzeu.

Mesmo após sua aposentadoria, Iris continuou atendendo os pacientes no ambulatório do HUB, onde permaneceu atuando até aproximadamente 2016 no diagnóstico e pesquisa de doenças genéticas. “É um serviço muito importante para a história do hospital e para o fortalecimento das políticas públicas do país", afirma a superintendente do HUB, Elza Noronha. "O HUB lamenta essa grande perda e se solidariza com amigos e familiares."

*Com informações da Assessoria de Comunicação do HUB.

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