INAUGURAÇÃO

Mudança foi aprovada na 438ª reunião do Consuni, em dezembro. ELA é o primeiro Departamento de Estudos Latino-Americanos do país

Camilo Negri é o chefe do novo departamento da Universidade de Brasília. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Na noite desta quarta-feira (17), aconteceu o lançamento oficial do departamento de Estudos Latino-Americanos (ELA), vinculado ao Instituto de Ciências Sociais (ICS) da UnB. O novo departamento surgiu da necessidade de ampliação do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas (Ceppac). A mudança foi aprovada em dezembro, na 438ª reunião do Consuni.

 

A cerimônia desta semana teve como destaque a aula magna ministrada pelo professor Benício Schmidt, ex-diretor e um dos fundadores do Ceppac. Na oportunidade, também foram apresentados laboratórios, publicações e observatórios do novo departamento, além dos planos para a graduação em Ciências Sociais com habilitação em estudos latino-americanos, que tem início previsto para 2018. 

 

Integraram a mesa da solenidade o diretor do ICS, Luís Roberto Cardoso de Oliveira, a reitora da UnB, Márcia Abrahão, o chefe do ELA, Camilo Negri, e a diretora da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), Salete Camba.

 

A reitora Márcia Abrahão afirmou que a administração continuará o trabalho para melhorar ainda mais a graduação e a pós. “O ICS é um instituto de prestígio na Universidade, forma bem e faz ciência com excelência. Estamos à disposição para crescermos e avançarmos juntos.”

 

Ao lembrar que nesse ano comemora-se os 30 anos da criação do Ceppac, o chefe do novo departamento, Camilo Negri, enfatizou a importância da transformação do centro em departamento para a inserção na estrutura da UnB. "É a oficialização de algo que já acontecia. O centro sempre foi ligado ao ICS." Com a transformação em departamento, o ELA busca mais legitimidade para se apresentar na Universidade e fora dela.

 

“Queremos mais visibilidade e reconhecimento de que colaboramos promovendo a internacionalização e pensamos a partir do lugar de fala latino-americano, não somente brasileiro, o que vai ao encontro da proposta defendida pela UnB”, disse Negri.

Na visão de Benício Schmidt, o Ceppac/ELA "nasceu para fazer história". Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

AULA MAGNA – Com o tema A grande transição e as Ciências Sociais, o cientista político Benício Schmidt provocou os presentes ao falar de situações contemporâneas dos cenários social e político, apontando que as causas do que acontece no momento vêm de muito antes. O docente resgatou personagens políticos e seus papéis na formatação do cenário político e social brasileiro e os relacionou com questões domésticas e internacionais.

 

“As coisas de hoje não começaram ontem. As teorias atuais não dão conta da continuidade das teorias antigas e é preciso buscar a compreensão do que aconteceu e suas repercussões no hoje”, defendeu. “Essas falhas não são tratadas frequentemente no nosso ambiente, mas a academia demanda tratamentos novos e não departamentalização de que cada aspecto seja discutido em sua esfera. O grande desafio hoje é a reinvenção do Estado.”

 

PLANOS E ESTRUTURA – O departamento irá manter os estudos interdisciplinares que já existiam no centro. Em 2016, cerca de 50 pesquisadores estrangeiros passaram pelo Ceppac, entre eventos e docência. “Temos seleções específicas para estudantes de outros países e isso é essencial para a nossa filosofia como departamento também. Devemos manter as vagas e, se em algum momento o número de bolsas permitir, ampliar os discentes nacionais e estrangeiros”, explicou a coordenadora da Pós-Graduação, Rebecca Igreja.

 

Apesar de ser oficialmente um departamento do ICS, o ELA irá permanecer no prédio Multiuso II. Ali funcionam seis laboratórios e dois núcleos, além de mestrado, doutorado e pós-doutorado. “Aumentamos muito nosso corpo ao longo dos anos e o espaço disponibilizado fora daqui não é suficiente”, completou Rebecca.

 

As vagas para a próxima graduação devem começar a ser preenchidas no primeiro semestre de 2018, mas ainda não há definição de como isso será feito. “Pretendemos definir a questão em algumas conversas, para já trabalharmos nisso no ano que vem”, disse Camilo Negri.

Público interagiu com a percussão de um dos grupos de música latina que se apresentaram durante a solenidade. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

APRENDIZADO NA PRÁTICA – O evento contou com uma curiosidade: alunos e professoras da disciplina Estágio Supervisionado em Eventos, do curso de bacharelado em Turismo da UnB, apoiaram a organização.

 

“Nossos alunos cuidaram de organizar o evento em suas partes operacionais e cerimoniais”, conta a professora Ana Rosa dos Santos. “Para eles é uma necessidade, e temos a oportunidade de aprender nos eventos dos quais fazemos parte”, completa.

 

As unidades da Universidade podem solicitar apoio da disciplina para seus eventos por meio da secretaria de graduação do curso de Turismo. “Não só podem como devem nos procurar. É uma experiência enriquecedora para todos nós”, finaliza a professora. Após a aula magna, foi servido um coquetel, animado por duas bandas de música latina.

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