PASSEATA

III Parada do Orgulho LGBT celebra a diversidade sexual na UnB

Passeata no campus Darcy Ribeiro reúne servidores, professores e estudantes. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Ser lésbica, gay, bissexual ou transexual é um direito individual de qualquer cidadão e, como tal, deve ser preservado em todos os espaços da sociedade. E, para exigir o respeito e a manutenção desse direito, nesta quinta-feira (29), o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) e a Diretoria da Diversidade (DIV) da Universidade de Brasília promoveram a III Parada do Orgulho LGBT. Em clima de muita alegria, alunos, professores e servidores técnico-administrativos da UnB empunhavam cartazes com palavras de ordem que reivindicavam respeito à diversidade. A manifestação contou com a participação do Diretório Central dos Estudantes (DCE), centros acadêmicos e diversos coletivos organizados por estudantes.

 

A decana de Extensão, Olgamir Amancia, saudou todos os participantes da marcha e declarou que a Universidade é um ambiente onde deve ser assegurada a integração com a sociedade e desenvolvido o pensamento crítico.

“A Universidade deve se empenhar em combater os estereótipos e promover a desconstrução da cultura homofóbica dominante”, disse. A decana compareceu à manifestação como representante da reitora, Márcia Abrahão.

Maria Célia Selem (centro), da DIV, vê avanços no atendimento aos estudantes. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Maria Célia Selem, da Diretoria da Diversidade (DIV), enumerou avanços relativos às questões que envolvem o público LGBT.

“Hoje, realizamos um serviço de acompanhamento psicossocial e encaminhamento para as redes de apoio aos nossos alunos. A resolução que institui o uso do nome social vai em direção à promoção da identidade de gênero”, relata.

A coordenadora da Diversidade Sexual admite que a Universidade ainda não oferece um atendimento perfeito, mas já é possível observar progressos significativos.

 

PADRÃO – O estudante de Biologia Hilton Santos alerta para algumas questões que ocorrem no ambiente acadêmico e geram incômodo. “Nas aulas de Genética, os professores repetem a padronização da heterossexualidade como a normatização do relacionamento sexual humano. Todo aquele que foge dessa regra é enquadrado como incorreto, inadequado ou marginal”, relata.

Hilton Santos (direita) critica a repetição de padrões excludentes em aula. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Em sala de aula, há casos de pessoas que se declaram LGBT e vivem situações de constrangimento. Maria Eduarda Krasny, a Madu, estudante de Letras – Português, declara que já viveu alguns aborrecimentos na Universidade. “Certa vez, o professor, ao se referir a casos de distúrbios na adolescência, me apontou como um exemplo. O fato foi desagradável e me incomodou muito”, afirma.

Para ela, a inobservância da utilização do nome social nos registros de notas é algo que considera inaceitável. “Na lista de chamada, consta o meu nome social, mas, quando saem as notas, é o nome da certidão de nascimento que está incluído”, reclama Madu.

Madu assume sua orientação sexual e exige respeito. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

AÇÕES – A DIV investe na formação dos servidores e empregados terceirizados, no intuito de que se estabeleça uma cultura de reconhecimento e sensibilização às causas LGBT. Segundo Célia Selem, a construção de uma política institucional voltada à diversidade sinaliza visão positiva da UnB, junto aos diversos movimentos coletivos organizados na Universidade.

 

Durante a passeata, Felipe de Baére D’Albuquerque, mestrando em Psicologia, convidou os alunos a participarem da pesquisa Vivências de períodos depressivos. O estudo acadêmico pretende averiguar com que frequência as pessoas manifestam sintomas de sofrimento psíquico.

“É importante mapear os estudantes gays, lésbicas e transexuais que sofrem violências e opressões de quaisquer espécies. Devemos oferecer todo apoio psicológico a esses alunos”, esclarece o pesquisador.        

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