CIDADANIA

Por meio da literatura e da escrita, Traços e Letras da Cadeia de Papel busca dar voz a meninas da Unidade Socioeducativa de Santa Maria, no Distrito Federal

Foto: Marcelo Medeiros/Arquivo Pessoal

 

Um projeto desenvolvido pela professora da Faculdade de Direito (FD) Débora Diniz e por estudantes de pós-graduação e graduação da Universidade de Brasília tem ajudado a transformar o cotidiano de jovens em conflito com a lei da Unidade Socioeducativa de Internação de Santa Maria.

 

O Traços e Letras da Cadeia de Papel busca, por meio da literatura e da escrita, dar voz a meninas alocadas na unidade, a única que atende o gênero no Distrito Federal.

 

A iniciativa é parte de pesquisa realizada pela professora para entender a realidade das jovens sentenciadas a medidas socioeducativas. Além dela, atuam também na unidade de internação a mestranda em Direito Sinara Gumieri; a doutoranda em Política Social Natália Pereira e a graduanda em Direito Maria Cristine Lindoso.

 

Realizado por meio de convênio firmado com a Secretaria da Criança do DF, o Traços e Letras da Cadeia de Papel também possui parceria da Anis - Instituto de Bioética.

 

 

Estudantes de diversas áreas da Universidade de Brasília podem participar do projeto e concorrer a bolsas oferecidas pelo Programa de Iniciação Científica (ProIC/UnB). Além disso, por meio do projeto, duas jovens da unidade socioeducativa foram selecionadas como bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Ensino Médio (PIBIC-EM).

 

A proposta da iniciativa é que pesquisadoras e jovens em conflito com a lei se encontrem para debater sobre livros e compartilhar leituras, além de escreverem textos e trocarem cartas sobre suas experiências na unidade de internação.

Pesquisadora do Traços e Letras da Cadeia de Papel, AB venceu concurso da Unesco. Foto: Débora Diniz/Arquivo pessoal

 

“O que fazemos é muito pequeno dentro dos desafios que essas meninas enfrentam. É um encontro de mulheres que leem, escutam e escrevem. Não temos ambições de reabilitação, mas o compromisso de contar suas histórias” revela Natália Pereira, participante do projeto.

 

RECONHECIMENTO – Uma das jovens impactadas pelo projeto, a adolescente AB, homenageou a professora Débora Diniz ao participar do concurso sobre o dia dos professores promovido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

 

Com o tema O que faz do meu professor um herói?, a redação da jovem, que também é pesquisadora do projeto, foi vencedora do concurso na categoria texto, superando outros 500 trabalhos inscritos. A entrega do prêmio ocorreu em novembro.

 

“O qualificador do texto me constrange pela hipérbole, mas a força das palavras me orgulha também”, conta Débora Diniz sobre o conteúdo da redação.

Redação feita pela adolescente AB para concurso da Unesco.

 

Veja a carta original escrita por AB

 

Saiba mais sobre o prêmio da Unesco

 

Reprodução / Unesco
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