TRANSPORTE

Representantes da Universidade, do governo distrital e do terceiro setor apresentam alternativas e dados sobre trânsito e uso de bicicleta

Foto: Isa Lima/UnB Agência

 

Como os cidadãos do Distrito Federal se deslocam pela cidade, atualmente, preocupa GDF, Universidade de Brasília, representantes do terceiro setor, alunos e ex-alunos da UnB.

 

Em debate realizado no auditório da Reitoria, na última segunda-feira (6), esses grupos expuseram dados e opiniões sobre a situação da mobilidade urbana na capital.

 

O decano de Pesquisa e Pós-Graduação, Jaime Santana, reconheceu a importância do debate tanto para a Universidade quanto para formadores de políticas públicas. Para o reitor, Ivan Camargo, trazer o projeto de compartilhamento de bicicletas existente no Distrito Federal para o campus Darcy Ribeiro facilitaria o deslocamento dos estudantes.

 

Em 2007, o campus Darcy Ribeiro foi laboratório para o projeto de bicicletas comunitárias Bicicleta Livre. Entretanto, a iniciativa enfrentou dificuldades para continuar ativa e foi suspensa. “O maior desafio foi a manutenção”, afirmou Caio Moura Vieira, representante do projeto.

 

De acordo com os representantes do Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães (DCE), Gabriel Bertone e Lucas Correa, a atual gestão consultou a comunidade acadêmica sobre a viabilidade da implantação do projeto de compartilhamento de bicicletas no campus Darcy Ribeiro. “Andar de bicicleta é um ato, uma cultura. Nós encomendamos estudo de demanda à empresa júnior de Economia (Econsult). Isso foi o passo inicial para o contato com a empresa responsável pelas bicicletas e com a Secretaria de Mobilidade do GDF”, explicou Lucas.

 

O estudo encomendado pelo Bicicleta Livre e pelo DCE aponta que 92% das pessoas consultadas escolheriam se deslocar de bicicleta no campus se o projeto de compartilhamento existisse. Dos 8% que se recusariam a pedalar aproximadante 24% não o fariam por não saber andar de bicicleta. O estudo consultou a opinião de estudantes, professores e técnicos da Universidade.

 

A partir dessa pesquisa, a intenção é que sejam instaladas estações de compartilhamento de bicicletas na Biblioteca Central, na Casa do Estudante Universitário (CEU) e nos três Módulos de Apoio e Serviço Comunitário (MASC) do campus Darcy Ribeiro.

Secretário de Mobilidade Urbana Carlos Tomé. Foto: Isa Lima/UnB Agência

 

ALÉM DO CAMPUS - Pesquisas do Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade (PDTU), publicadas em 2009, apontavam que em 2020 o trânsito do DF iria parar. Para a representante da ONG Rodas da Paz, Renata Florentino, são inúmeros os problemas, mas a falta de vagas não é um deles. Renata apresentou dados referentes à mobilidade no DF e defendeu o uso da bicicleta como a melhor solução. “Acreditando que faltam vagas para os carros, vamos pavimentando a cidade para todos os lados. Basta ver o caso da EPTG, a construção dessa via não cumpriu as promessas de melhorar o trânsito”, explicitou.

 

O secretário de Mobilidade Urbana do DF, Carlos Tomé, defendeu as políticas do governo local. Tomé afirma que a mudança do nome da Secretaria de Trânsito para Secretaria de Mobilidade traz avanços para a pauta. "Optamos por ampliar o alcance do trabalho da secretaria, não lidamos mais apenas com táxis e ônibus".

 

O secretário afirmou ainda que a gestão dá prioridade ao transporte não motorizado e busca realizar um trabalho produtivo que não se guie somente por indicadores de quilometragem de ciclovias. Tomé anunciou que em breve a secretaria lançará site chamado Observatório da Mobilidade, a fim de facilitar o acesso às informações referentes à mobilidade urbana e de incentivar a participação da população na formulação de políticas públicas.

 

Assista aqui a íntegra do debate.

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