CONSTRUÇÃO COLETIVA

Em encontro virtual, integrantes apresentaram trajetória, desafios e futuras perspectivas para as ações do grupo

Graduando de Geografia, Bruno Kaito é coordenador geral da Central de Assistência Estudantil (Caes) e compartilhou os desafios enfrentados pelo corpo estudantil para a construção de políticas, durante a pandemia. Imagem: Reprodução

  

Durante a 20ª Semana Universitária (Semuni), ocorreu mais uma reunião do Fórum Estudantil da UnB. Em formato de webinário, o encontro teve como tema A experiência de construção do Fórum Estudantil na UnB: perspectivas e desafios. Apresentado por integrantes do Fórum (composto por estudantes, docentes técnicos administrativos e gestores da Universidade), o seminário virtual foi transmitido na sala 3 do canal da Semana Universitária 2020 no YouTube e está disponível em duas partes (confira a primeira e a segunda nos links).  

 

As técnicas administrativas Brenda Oliveira, Marina Machado e Hellen Cristina, e os estudantes Jonatas Nogueira e Samuel Mairon mediaram o diálogo remoto. Compuseram a apresentação o chefe de Gabinete da Reitoria (GRE), Paulo César Marques, o decano de Assuntos Comunitários, Ileno Izídio e a diretora de Desenvolvimento Social, Maria do Socorro Gomes.

 

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ORIGEM – O Fórum Estudantil é um espaço construído a muitas mãos, desde 2016, na busca por pluralidade e representações de diferentes eixos da comunidade acadêmica. As reuniões ocorrem quinzenalmente, às quartas-feiras, por volta do meio-dia. Durante a pandemia do novo coronavírus, os encontros têm sido feitos de modo remoto e estão abertos para a comunidade participar. Interessados podem se inscrever por meio de formulário on-line

 

Ao promover o diálogo horizontal entre estudantes, técnicos, docentes e gestores da Administração Superior, o Fórum surgiu como uma inovação e proporciona agilidade nas tomadas de decisões e construção conjunta de políticas comunitárias, assim como transparência acerca dos trâmites burocráticos.


Paulo César Marques (GRE) destaca o compromisso da Universidade com a assistência estudantil, durante o isolamento social. Imagem: Reprodução

 

Segundo Eduardo Lemgruber, psicólogo da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS/DAC), o Fórum alcançou proporções concretas com as ações de acolhimento aos estudantes da assistência estudantil, logo no início da pandemia e do isolamento social, em março deste ano.

 

"A eficiência ao proporcionar respostas às demandas alimentares de estudantes dependentes do Restaurante Universitário [RU] demonstra a capacidade de integração da comunidade acadêmica na busca por novos dispositivos para conduzir recursos, gerados a partir de pontos de vista variados", avalia. Para Lemgruber, o Fórum promove o sentindo autêntico da universidade, no qual é possível troca de experiências e posições, capazes de apontar novos rumos.

 

INSTÂNCIA COLETIVA  Paulo César Marques participa do Fórum desde o início. A criação da instância coletiva foi motivada pela movimentação estudantil ao final de 2016 com posicionamentos acerca da política educacional nacional e também de questões locais. "A professora Márcia Abrahão tomou posse da reitoria e abriu, imediatamente, canal de comunicação para as negociações”, recorda o chefe de gabinete.

 

“Constituímos comissões para trabalhar aquelas diversas pautas e fizemos, talvez ali, o que era o embrião do Fórum. Eram espaços para dialogar com as pautas específicas e tratar todos os pontos que tinham sido levantados”, destaca. Depois, foi elaborado o Fórum Permanente Estudantil, idealizado pelo vice-reitor Enrique Huelva como um espaço de construção participativa.

 

A professora Mônica Nogueira, da Faculdade UnB de Planaltina (FUP), participou das atividades do fórum, entre 2018 e 2020, quando foram discutidos os orçamentos da Universidade, segurança nos campi e saúde mental da comunidade universitária. “Esses temas demonstram a importância do Fórum para a gestão democrática da UnB. O Fórum Estudantil é um canal de participação direta de estudante nas discussões sobre os rumos da Universidade, com vista a ação corresponsável”, afirma Mônica.

Segundo o decano Ileno Izídio (DAC), o Fórum deve ser institucionalizado para, assim, garantir que as políticas sejam mantidas e aperfeiçoadas. Imagem: Reprodução

 

De acordo com a docente, Fórum colabora com a formação dos participantes. "Quando inseridos nas demandas, os gestores, estudantes e técnicos dividem tarefas, estabelecem diálogos informativos e divulgam resultados. O acompanhamento desses procedimentos possibilita aos integrantes um conjunto de atividades e ações pela quais são capacitados a lidar com situações emergenciais ou de crise", avalia.

 

“Uma experiência tão especial capaz de formar, de maneira integral, cidadãos comprometidos com a transformação da realidade e com o bem público. Nesse momento da história do país e do mundo, é um espaço a ser fortalecido. Por isso, eu desejo vida longa ao Fórum Estudantil”, expressa Mônica. 

 

PAINÉIS – Maria do Socorro Gomes (DDS/DAC) e o estudante Bruno Kaito, coordenador geral da Central de Assistência Estudantil (Caes), apresentaram o segundo painel do webinário. Para a gestora, é necessário compreender os limites da gestão participativa, pois o Fórum é um instrumento consultivo e, apesar dos esforços depositados, as decisões finais são tomadas por instâncias superiores, como o Conselho Universitário (Consuni) ou o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), e com a participação de entidades colegiadas. “O grande ganho do Fórum tem a ver com esse debate de forma mais livre e direta. A partir dessa escuta, a Administração Superior pode redefinir suas políticas e seus programas baseada em dados qualificados”, afirma.

 

De acordo com Bruno Kaito, o Fórum Estudantil possibilitou o desenvolvimento de políticas de auxílio e de inclusão aos estudantes em vulnerabilidade social, durante a emergência em saúde pública vivenciada gerada pela pandemia de covid-19. “No início, foi um processo muito eufórico. Havia uma falta de organização política, no formato virtual, para que a gente conseguisse demandar a solução destas questões. Hoje, temos seis a sete grupos no WhatsApp lotados, e dialogamos com mais de seis mil estudantes pelo grupo no Facebook”, detalha.

A diretora de Desenvolvimento Social, Maria do Socorro Gomes (Nina), apresentou os benefícios gerados pela experiência e apontou limites organizacionais para o fórum. Imagem: Reprodução

 

“A Caes se consolidou para valorizar e manter permanente o potencial de articulação para definir questões tão sérias e complexas. Facilitamos o trabalho da instituição e propomos formas de construção, a partir de nossos interesses e nossa realidade”, complementa.

 

No terceiro painel, o estudante do Instituto de Geociências, Eduardo Theodoro, compartilhou um pouco de sua experiência na mobilização estudantil e como o espaço do Fórum foi fundamental para a formação acadêmica dele. “Nos fóruns foram discutidos diversos assuntos, como o último edital do Boas-Vindas, implementado no início de 2020. Foram mudanças que saíram do Fórum e que deixam a UnB cada vez mais humana e também com a cara dos estudantes”, destaca. 

 

PERSPECTIVAS PARA O FUTURO – Para o decano de Assunto Comunitários, Ileno Izídio, a consolidação do espaço será feita por meio integrantes comprometidos e dispostos a fazer a diferença. Nesse processo, o mapeamento do que foi desenvolvido até o presente momento, torna-se ferramenta indispensável para que os futuros alunos tenham dispositivos adequados para suas reivindicações.

 

"É relatar o que acontece com nossos estudantes na vida comunitária e mostrar como nos organizamos e nos respeitamos, numa democracia coletivizada e sem maquiagens”, aponta. "É necessário exercitar a corresponsabilização, garantir a participação coletiva e debater a complexidade das ações e dos projetos atuais da assistência estudantil", complementa.

 

Confira a primeira parte do webinário. A segunda está disponível aqui:

 

*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB

 

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