WORKSHOP

Evento na UnB marcou o encerramento de projeto que durou quatro anos e investigou biomarcadores de toxicidade do metal na região

 

Mesa de Abertura do Workshop. Foto: Júlio Minasi/SecomUnB
Mesa de abertura do Workshop, no Salão de Atos da Reitoria. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

Na manhã desta quarta-feira (8), aconteceu o workshop de encerramento do projeto Biomarcadores de toxicidade do mercúrio aplicados ao setor hidrelétrico na região Amazônica. Iniciado em abril de 2013, o projeto foi regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e financiado pela Energia Sustentável do Brasil (ESBR) – empresa concessionária da usina hidrelétrica Jirau, localizada no Rio Madeira, em Porto Velho, Rondônia. Os resultados da pesquisa estão reunidos em livreto que leva o mesmo nome do projeto.

 

“O projeto traz muito orgulho para nós ao pensarmos em como as populações locais e, de forma geral, a sociedade, são beneficiadas pelas pesquisas que produzimos. Isso é ainda mais relevante em setores tão estratégicos, como de água e de energia elétrica”, disse a reitora Márcia Abrahão durante a abertura do workshop.

 

SOBRE – A iniciativa teve como objetivo detectar e avaliar possíveis biomarcadores da toxicidade do mercúrio em rios de interesse do setor elétrico da região Amazônica. A pesquisa faz parte do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento do Setor de Energia Elétrica da Aneel e foi viabilizada por rede formada pela UnB, Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Pesquisa da Amazônia (Inpa), Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e a Venturo Análises Ambientais, em parceria com a Energia Sustentável do Brasil.

 

De acordo com Luiz Fabrício Zara, coordenador de equipe do projeto e professor na Faculdade UnB Planaltina (FUP), com a expansão hidrelétrica na Amazônia, surgiram novos questionamentos sobre os riscos do mercúrio para a saúde humana, uma vez que a região é a maior depositária desse elemento no mundo. “Fomos em busca de informações para a atuação das agências de controle. Essa parceria é muito importante para o fomento da pesquisa nas universidades e traz desenvolvimento para o setor energético brasileiro, tornando o país mais produtivo", afirmou o coordenador.

 

RESULTADOS – Estruturado em três diferentes eixos temáticos – aspectos ambientais; metalômica e ictiofauna; e metalômica e leite materno –, o projeto resultou em seis dissertações de mestrado e oito teses de doutorado, além de vários artigos científicos e seminários. Entre os vários achados, destaca-se a conclusão de que os altos teores de mercúrio no solo amazônico não estão diretamente associados ao garimpo – correlação que permeava o saber científico e popular até então. Prova disso é que, mesmo nos locais onde nunca ocorreu a atividade de garimpo, há altos índices do metal, segundo dados da pesquisa.

 

"Havia pouco conhecimento sobre o mercúrio na Amazônia. Além dos resultados muito relevantes que foram encontrados, abriu-se um enorme leque para a continuidade da pesquisa científica. Temos feito um trabalho intenso para caminhar com desenvolvimento e responsabilidade social e ambiental", afirmou Veríssimo Neto, gerente de Meio Ambiente e Socioeconomia da ESBR.

 

Marcelo Bizerril, diretor da FUP, lembrou que sustentabilidade é um tema central nas pesquisas ligadas ao campus e afirmou que o projeto “traz grande alegria, já que, além do volume de conhecimento produzido, há novas informações que mudam paradigmas”.

 

"Agradecemos a parceria e a dedicação de todos os envolvidos. Foi uma experiência bastante satisfatória e gratificante. Fizemos além do que foi proposto", completou o gerente do projeto, Augusto Borges.

 

Além de outros professores vinculados à pesquisa, também esteve presente no evento Fábio Stacke, especialista em regulação de Serviços Públicos de Energia da Aneel.

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