INCLUSÃO

Software desenvolvido por estudantes da Ciência da Computação foi apresentado em cerimônia no Centro de Desenvolvimento Tecnológico

Foto: Mariana Costa/UnB Agência

 

Software desenvolvido por alunos da Ciência da Computação vai beneficar 2.116 Associações de Pais e Amigos de Excepcionais do país. O benefício foi anunciado pela secretária executiva da Federação Nacional das Associais de Pais e Amigos de Excepcionais, Sandra Marinho, durante o lançamento da ferramenta em cerimônia realizada no Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT), nesta quinta-feira, 5 de julho.

 

Batizado de Projeto Participar, o programa desenvolvido por Tiago Galvão e Renato Domingues, sob a supervisão do professor Wilson Veneziano e com a coordenação pedagógica da professora Manaíra Borges, foi prestigiado pela comunidade. Leia mais aqui sobre o software. “É um ganho extraordinário para as pessoas com deficiência intelectual, e até mesmo para pessoas com outras dificuldades de aprendizado”, comemorou Sandra Marinho. “As nossas entidades e escolas atendem em média 300 mil pessoas que serão beneficiadas”, disse. A secretária ressaltou que a intenção é que toda a rede APAE receba o software. “É muito expressivo que o programa seja gratuito, pois o grande contingente de famílias atendidas é de baixa renda, e não teriam condições de arcar com um software”.

 

No início da solenidade, foi exibido o vídeo-reportagem da UnBTV (assista aqui) que mostrou os bastidores do projeto e o depoimento dos envolvidos. Com menos formalidade, não houve mesa, mas sim um palco com cadeiras propícias a um bate papo. O reitor José Geraldo de Sousa Júnior, os professores orientadores do projeto e Sandra Marinho falaram sobre o benefício que o projeto pode trazer para as pessoas com deficiências intelectuais.

 

O debate contou ainda com o representante da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Presidência da República, Fernando de Campos Ribeiro, e o coordenador de educação inclusiva da Secretaria de educação do Distrito Federal, Antonio Gomes Leitão. “Como deficiente visual, nascido no interior do Ceará, que só entrei na escola e pude me alfabetizar aos 12 anos, reconheço o fantástico avanço que esta ferramenta representa para aqueles que, como eu, convivem com a deficiência”, disse. “Isso é um marco para os deficientes. Até então, todos os programas nesse sentido vinham de fora, é ótimo que seja uma iniciativa brasileira”, completa.

 

Antonio Leitão compartilhou também sua experiência doméstica. A enteada, Bruna, é portadora de Síndrome de Down e participou, junto com outro portador, Tonico, da interface pessoal do programa. A mãe de Tonico, Margarida Araújo, não escondeu o orgulho. “Estou sorrindo boba, ele está muito feliz e adorou participar”, conta.

 

Tonico e Bruna gravaram vídeos de interação com os usuários, a fim de tornar a experiência mais familiar para as pessoas com deficiência. Os dois jovens autografaram as cópias em CD do software que foram distribuídas no evento.

Foto: Mariana Costa/UnB Agência

 

O reitor parabenizou todos os envolvidos no projeto e compartilhou experiências pessoais. “Em dada época da minha vida, fui instrutor de pessoas com necessidades especiais, o que foi muito gratificante”. O reitor lembrou ainda dos aprendizes que se capacitaram recentemente graças a uma parceria da UnB com a APAE. Leia mais aqui. “Acredito que com essas iniciativas honramos os planos de Darcy Ribeiro, que sonhou com uma universidade necessária e emancipatória”, disse

 

DANÇA – Para encerrar a cerimônia, houve a apresentação de dança cigana, com o grupo Namastê (www.namaste.org.br) de arte inclusiva. Os alunos, portadores de deficiência intelectual ou Síndrome de Down, dançaram para o auditório cheio.

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