ESPORTE

Retomada de competição universitária evidencia vocação esportiva da UnB

Foto: Divulgação - DEA/DAC


Três longos anos depois, a energia da maior competição da Universidade voltou a tomar conta do campus Darcy Ribeiro. A edição 2016 dos Jogos Internos da UnB (JIUnBs), encerrada nesta terça-feira (13) com a entrega de medalhas e troféus, reuniu mais de mil atletas em 16 modalidades, disputadas em nove locais de prova. Os números mostram o interesse da comunidade pelo esporte, e as imagens registradas nos 50 dias de disputa deixam claro seu poder de integração.

 

“Gostei muito de participar. Foi ótimo ter a possibilidade de descobrir e praticar um novo esporte”, diz a estudante de Fisioterapia Mariana Macedo, ouro em sua estreia no rugby misto pela acadêmica Alucinada. Para o aluno de Engenharia Civil Victor Fernandes, o “mais interessante foi a interação entre a galera do curso”. Ele, que faz parte da atlética Tijolada, conta que os estudantes ficaram mais próximos durante a competição. “Tinha muita gente que nem sabíamos que jogava”, conta.

 

Terceiro lugar no truco, o futuro nutricionista Lúcio Zago diz que a modalidade é uma tradição de família. “Sempre joguei. E competir aqui nos JIUnBs foi muito divertido”, afirma. Pouco antes de receber a medalha, o participante da atlética Energética elogiou a organização do evento. “É preciso parabenizar principalmente o Cristiano [Navarro], que conseguiu fazer quase tudo sozinho”, disse sobre o trabalho do técnico desportivo da Diretoria de Esporte, Arte e Cultura (DEA/DAC), líder na retomada dos JIUnBs.

Para Cristiano Navarro, JiUnBs tem poder socializador e forte envolvimento da comunidade universitária. Foto: Divulgação - DEA/DAC

 

Cristiano considera que “havia uma necessidade latente de um evento como esse”. Além do desenvolvimento do esporte universitário, ele destaca o poder de “socialização” dos jogos. O técnico informa que não foi fácil promover os JIUnBs a “custo zero”, mas, ainda assim, observou avanços em relação a edições anteriores. “A redução dos WOs [não comparecimentos] pela metade são um termômetro de um envolvimento forte com o evento”, avalia.

 

Confira o depoimento completo de Cristiano Navarro sobre os JIUnBs 2016.

 

“Quanto mais fortes forem competições como essa, mais visibilidade e adesão o nosso esporte terá”, afirma o professor Alexandre Rezende, diretor de Esporte e Lazer da DEA. Ele ressalta que competições desse porte são antecedidas por etapas de mobilização e treinamento. “Nos JIUnBs, essa preparação tem ainda mais valor e potencial”, diz sobre as possibilidades de envolvimento da comunidade acadêmica em todo o andamento dos jogos.

 

Para Carlos Alberto Diniz, o Carlão, que trabalha com esporte na UnB há 20 anos, “a realização dos jogos é valiosa para o desporto e, principalmente, para a integração dos alunos”. A expectativa dele, que é coordenador na DEA, “é manter esse espírito para fazer um evento ainda melhor no ano que vem”.

 

RESULTADOS E PERSPECTIVAS – Os JIUnBs têm premiações individuais e coletivas, destinadas a agremiações atléticas vinculadas a centros acadêmicos. As mais bem classificadas entre 12 atléticas foram a Tijolada, da Engenharia Civil; a Mutante, da Biotecnologia; e a Alucinada, da Faculdade de Ceilândia e do curso de Gestão em Saúde Coletiva do campus Darcy Ribeiro. A organização também decidiu premiar os árbitros, que trabalharam como voluntários.

 

Saiba mais sobre as atléticas e o regulamento dos JIUnBs 2016.

 

Atletismo, basquete, canoagem, caratê, futebol, futebol virtual, futemanobol, futsal, handebol, judô, natação, rugby, tênis de mesa, truco, vôlei e xadrez foram as modalidades disputadas nesta edição, que carregou o selo de “pocket”, por ser uma competição mais enxuta. A expectativa é ampliar a gama em 2017 com a inclusão de esportes como tênis, vôlei de areia e jiu jitsu, além de competições paradesportivas.

 

“Podemos realizar Jogos Internos da UnB ainda melhores se tivermos orçamento para contratar árbitros e também bolsistas que possam auxiliar na organização geral e de cada modalidade”, afirma Cristiano Navarro. “Na edição deste ano, ficou claro que há um público enorme que anseia por este evento”, conclui.

Medalhas e troféus dos jogos foram confeccionados na Universidade. Foto: Divulgação - DEA/UnB

 

PREMIAÇÃO – Madeira, tecido, inspiração e (muito) trabalho. Esses são os componentes das medalhas e troféus dos JIUnBs, confeccionados por servidores e estagiários da DEA e da Prefeitura dos Campi (PRC). “Lidar com madeira é muito bom. Quanto mais difícil o pedido, mais prazeroso é o serviço”, diz o chefe da marcenaria da prefeitura, João Soares. Ele, que trabalha na UnB há 25 anos, também produz móveis, objetos decorativos e jogos lúdicos. “Comecei na carpintaria ainda menino, mas vim me aperfeiçoar aqui na Universidade”, conta.

 

Saiba mais sobre o trabalho de marcenaria da PRC.

 

As ferraduras que gravam a marca dos jogos nas medalhas foram produzidas pela equipe de serralheria da PRC, que conta com o trabalho de Ricardo e Silva e é coordenada por Eluziânio Macedo. A criação da marca, a gravação na madeira e o corte das fitas das medalhas mobilizaram a DEA. “Esse trabalho, assim como a própria realização dos jogos, é uma ousadia. É uma provocação para mostrar que não se pode simplesmente esperar as coisas acontecerem”, avalia a diretora de Arte e Cultura, Brenda Oliveira.

 

Para a edição 2017, a diretoria prevê o lançamento de um edital interno para a criação e preparação dos prêmios. “É uma forma de envolver mais gente para construir as soluções que precisamos”, afirma Brenda, que também elogia o empenho e a participação de voluntários nos jogos. “Muita gente embarcou nessa aventura. Foi uma edição de resgate de um evento importantíssimo para a convivência universitária”, diz.

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