EDUCAÇÃO

Público destaca vantagens para os processos de ensino e aprendizagem

Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Com o objetivo de discutir pesquisas e avanços educacionais, cerca de 600 psicólogos, pedagogos, professores e estudantes das áreas ligadas à Educação, reuniram-se na Universidade de Brasília para participar do VIII Colóquio de Psicologia Escolar. O objetivo era debater sobre a Psicologia contemporânea como campo de reflexão teórica, de pesquisa e de atuação profissional. 

 

Segundo representantes de universidades de 10 unidades da federação, os estudos apontam para uma consolidada interface entre as áreas da Psicologia e da Educação, em que existem atuações e mediações psicológicas em diversificados espaços educativos e modalidades de ensino, capazes de potencializar casos de sucesso no desenvolvimento profissional, pessoal e coletivo.

 

A professora e psicóloga Claisy Marinho-Araujo, organizadora do encontro, enfatiza a importância e a contribuição da área nas praticas educacionais. “A Psicologia Escolar vem se constituindo como uma ampla área de produção de conhecimento. A aplicação dos conhecimentos da Psicologia nos ambientes escolares ampliam e aperfeiçoam os processos de ensino-aprendizagem. Assim, os ações tornam-se muito mais eficientes e, os resultados transcendem a sala de aula ”, declara a docente, que coordena o Núcleo de Estudos em Psicologia Escolar da Universidade de Brasília (NEPE/UnB).

Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

António Nóvoa, professor doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra e ex-reitor da Universidade de Lisboa, participou como palestrante do evento. Ele enfatizou as dificuldades presentes na metodologia de formação de educadores e destacou a Psicologia Escolar como elemento fundamental no desenvolvimento humano e científico. Segundo Nóvoa, os reflexos são evidentes e poderão ser observados nas gerações de professores e estudantes das próximas décadas.

 

Estudante de Psicologia na PUC de Goiás, Gerusia Moura cobra mais valorização do psicólogo nas ações educacionais. Ela acredita que os profissionais da Educação devem estar atentos para as atuais possibilidades oferecidas no novo contexto escolar. “Pensar os novos modelos educacionais é fundamental para possibilitar as diversas aprendizagens. A escola do século XX trabalhava com um modelo de transmissão de conhecimento. Hoje, é necessário que o profissional tenha capacidade de visualizar as potencialidades do estudante”, afirma.

 

HISTÓRICO – Fundado em 2009, o Núcleo de Estudos em Psicologia Escolar do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília é o setor responsável por conceber e organizar as edições do Colóquio de Psicologia Escolar. Tais eventos, entendidos como espaços de diálogo dinâmico e aprofundado, têm a intenção de disseminar avanços alcançados pela área, por meio da visibilidade de atuações profissionais, pesquisas e estudos sobre a interface entre Psicologia e Educação.

 

De acordo com os organizadores, o impacto do Colóquio de Psicologia Escolar para o desenvolvimento científico e tecnológico do Distrito Federal se concretiza na participação e na produção científica de gestores e profissionais da Psicologia, Educação, Direitos Humanos, Saúde, Serviço Social, entre outras. Para eles, o colóquio influencia políticas públicas comprometidas com a melhoria da qualidade da educação pública, diminuição da evasão e do fracasso escolar, consolidação da inclusão escolar, formação continuada de psicólogos, professores, gestores educacionais, garantia de direitos para crianças e jovens, vinculação de medidas socioeducativas ao desenvolvimento de jovens em cumprimento da lei, defesa de ações afirmativas.

 

Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

Na cerimônia de abertura do VIII Colóquio de Psicologia Escolar, que ocorreu entre 22 e 24 de junho, alunos das salas de recurso para altas habilidades fizeram uma apresentação musical a convite de Denise Fleith, psicóloga, professora da UnB e uma das organizadoras do evento. Eles participam de um projeto da Secretaria de Educação do Distrito Federal para superdotados, que funciona desde 1970 com o objetivo de identificar o potencial artístico ou científico de crianças e estimular seu desenvolvimento para que alcancem um nível satisfatório de autorrealização.