INTERNACIONALIZAÇÃO

Gustav Fridolin abordou desafios enfrentados no país nórdico, como falta de autonomia de professores e escassez de profissionais de ensino

 


Ministro da Educação da Suécia, Gustav Fridolin falou à comunidade acadêmica nesta segunda (6). Na mesa, o embaixador Per-Arne Hjelmborn e o professor da FE Bernardo Kipnis. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

"Quando olho para o mundo de hoje, sei que é mais importante do que nunca ser professor." Essa é a percepção de Gustav Fridolin, ministro da Educação na Suécia, que veio à Universidade de Brasília nesta segunda-feira (6). Em encontro no auditório do Instituto de Relações Internacionais (Irel), o convidado falou à comunidade acadêmica sobre a relevância da figura docente.

 

Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Suécia tem um índice de escolaridade de quase 82%. Já no Brasil, o nível é inferior a 45%. Mesmo assim, Fridolin remeteu-se, em seu discurso, mais aos desafios que às qualidades do sistema educacional sueco. 

 

De acordo com o ministro, um dos principais obstáculos para a valorização do professor na Suécia é a falta de autonomia na profissão. “Avalio que estamos, aos poucos, interferindo no modo de ensinar e tirando a autoridade daquele que leciona. Temos regras que indicam onde o professor deve ficar de pé dentro da sala de aula, por exemplo”, explanou.  

 

Outro desafio citado por Fridolin foi a escassez de docentes. Hoje, há na Suécia menos de 120 mil professores para os ensino primário e secundário. Segundo ele, a formação de docentes precisa voltar a ser atrativa para acompanhar o número crescente de crianças no país. Entre a população de quase 10 milhões de habitantes, cerca de 17% têm entre 0 e 14 anos.

 

O palestrante defendeu a integração dentro do universo escolar como um fator a ser perseguido para a melhoria da educação, de maneira geral. “A escola tende a ser mais igualitária e bem-sucedida quando os professores conseguem colaborar com outros profissionais do meio, como bibliotecários e funcionários de apoio”, afirmou. Gustav Fridolin foi professor de História e Ciências Sociais no ensino médio e fala dessas questões com propriedade. 

Ministro sueco Gustav Fridolin e reitora Márcia Abrahão trataram de intercâmbio. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

O evento desta tarde foi aberto ao público e contou com tradução simultânea. Houve espaço para perguntas dos cerca de 80 presentes. Além do ministro, o embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, também participou do encontro. Estiveram à frente da organização os professores Bernardo Kipnis e Fátima Vidal, do Departamento de Teoria e Fundamentos da Faculdade de Educação (FE) da UnB. 

 

Antes da palestra, o ministro encontrou-se com a reitora Márcia Abrahão no prédio da Reitoria. Na conversa, eles trataram sobre projetos de intercâmbio da UnB com universidades suecas. Atualmente, há três convênios em vigor, com instituições de Örebro, Lund e Halmstad. Durante a passagem pelo Brasil, Fridolin reuniu-se ainda com os ministros da Educação e do Meio Ambiente e participou da Feira do Livro de Porto Alegre.

 

 

*Estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.

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