SOLIDARIEDADE

Jovens idealizadoras da iniciativa estiveram com a reitora para apresentar o projeto e dialogar sobre formas de institucionalização

 

Reitora Márcia Abrahão e diretora da DIV/DAC, Susana Xavier, apresentaram alternativas de institucionalização do projeto Rede VOA. Foto: Heloíse Corrêa/Secom UnB

 

Cursar uma graduação exige esforço e dedicação, mais ainda se a/o estudante precisa conciliar os estudos com a maternidade/paternidade. Foi pensando nessa situação que um grupo de alunas criou a Rede Voluntária de Apoio Infantil para Permanência Universitária (Rede VOA), iniciativa que prevê a formação de uma rede para cuidar das crianças pequenas enquanto mães e pais estão na aula. Agora o projeto deve ser institucionalizado e virar um programa de extensão de ação contínua da Universidade de Brasília.

As jovens idealizadoras da iniciativa estiveram com a reitora Márcia Abrahão nesta semana. “Vocês estão de parabéns. A UnB ensina muito mais do que excelência profissional e acadêmica; ela ensina cidadania e solidariedade. Vocês são um exemplo disso”, disse a reitora. “O acolhimento de estudantes mães e pais é estratégico para nós”, destacou.

Ela lembrou que a institucionalização do projeto precisa ser responsável e que há limites para a atuação institucional. “São os filhos de vocês, mas, a partir do momento em que eles ficam em algum ambiente da Universidade, assumimos responsabilidades”, frisou. Márcia também lembrou da sala de acolhimento para filhos de alunas e servidoras na Faculdade de Educação, uma iniciativa que também partiu da mobilização estudantil e que hoje está institucionalizada.

A estudante de Psicologia Amanda Regis, uma das idealizadoras do projeto, explicou algumas das regras pensadas para o funcionamento da Rede VOA. As/os estudantes poderiam deixar as crianças com os voluntários no período em que estiverem na Universidade, mas teriam a obrigação de “doar” seus serviços por duas horas, pelo menos.

Assim, o projeto funcionaria também como um espaço de aprendizado para estudantes de diversas áreas. “Podemos trabalhar muitos aspectos. Com o pessoal do meu curso, por exemplo, é possível observar e fazer intervenções em relação ao desenvolvimento infantil”, comentou a estudante de Enfermagem Hannah Siqueira. A outra jovem presente na reunião foi Kelly Gonçalves, também de Psicologia, mãe de uma menina de 4 anos.

PILOTO – Responsável pela Diretoria de Diversidade do Decanato de Assuntos Comunitários (DIV/DAC), Susana Xavier explicou que a forma mais fácil de acolher o projeto é por meio de uma parceria com o Programa Infanto Juvenil (PIJ), ligado à Associação dos Servidores da Fundação Universidade de Brasília (Asfub). O PIJ funciona em um prédio em frente à Faculdade de Direito, no campus Darcy Ribeiro, e atende crianças de 2 a 9 anos, dependentes de alunos e servidores da UnB.

“Estivemos lá e eles nos apresentaram uma série de possibilidades de contrapartida da Universidade para melhorias de infraestrutura, que vamos discutir com a Prefeitura. Penso que podemos começar com um piloto, com poucas crianças, e ir aumentando gradativamente”, disse Susana. Ela também lembrou que é importante fazer uma análise do perfil dos voluntários, de modo a garantir que as crianças estejam bem cuidadas.

Kelly Gonçalves, Amanda Regis e Hannah Siqueira receberam apoio do decano do DAC, Ileno Izídio. Foto: Heloíse Corrêa/Secom UnB

 

“Este é um projeto belíssimo, mas complexo, porque lida com a presença de crianças no espaço da Universidade”, reforçou o decano de Assuntos Comunitários, Ileno Izídio, também presente na conversa. Ficou acertada a realização de uma nova reunião de trabalho para definir as ações práticas que permitam a institucionalização do projeto.

APOIO – Para apoiar as/os estudantes com filhos pequenos, a UnB oferece atualmente o auxílio-creche – uma bolsa no valor de R$ 485 mensais. Neste semestre, há dez vagas disponíveis. O mecanismo, criado no segundo semestre de 2017, é pago a estudantes com filhos de até 5 anos incompletos. Além das dez bolsas que serão distribuídas neste semestre, há outros 30 alunos já recebendo o auxílio.

Há, ainda, a sala de acolhimento para estudantes e crianças na Faculdade de Educação e iniciativas em outros cursos, como é o caso da Ciranda da Licenciatura em Educação do Campo (Ledoc). A Ledoc funciona no modelo de alternância (no qual os estudantes passam um tempo na Universidade e depois retornam às suas comunidades). No período em que estão em atividades na UnB, as mães e os pais têm o apoio de monitores para cuidar dos pequenos.

Recentemente, a reitora Márcia Abrahão esteve com o governador Ibaneis Rocha e apresentou demanda pela criação de uma creche-escola no campus Darcy Ribeiro. O governador ficou entusiasmado com a proposta e encaminhou o assunto para os cuidados do secretário de Educação, Rafael Parente.

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