GESTÃO 2016/2020

Professor do Instituto de Letras, Virgílio Almeida é o novo diretor da Assessoria de Assuntos Internacionais e expõe os planos para sua gestão

 

Para abordar os desafios e as perspectivas de diferentes unidades acadêmicas e administrativas, a Secretaria de Comunicação entrevista gestores da Universidade de Brasília. A série segue com o diretor da Assessoria de Assuntos Internacionais (INT), Virgílio Almeida, que pretende buscar alternativas ao corte de verbas, criando novas oportunidades de intercâmbio acadêmico.

Virgílio Almeida assume a gestão da INT até 2020. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB

 

Com experiência em internacionalização, o docente Virgílio Pereira de Almeida assumiu a diretoria da Assessoria de Assuntos Internacionais (INT), cargo ocupado até então pela professora Sabine Gorovitz, que deixou a função em fevereiro desse ano por razões pessoais. Virgílio Almeida atuava como vice-presidente do programa Idiomas sem Fronteiras (IsF) do Ministério da Educação (MEC), tendo sido também coordenador do mesmo programa na UnB.

 

“Eu achei uma gentileza muito grande confiar no meu trabalho e acreditar que podia contribuir. Certamente foi um convite irrecusável, por ser um setor muito importante da Universidade e especialmente pelo fato dessa gestão dar tanto enfoque para a questão da internacionalização”, diz, a respeito de sua escolha para o cargo.

 

Com o impacto negativo na oferta de intercâmbios devido à redução orçamentária nas universidades, o gestor espera prospectar novos meios de garantir um percentual de bolsas também na graduação: “Depois do término do Ciência sem Fronteiras, os intercâmbios que temos atualmente na UnB são todos custeados pelos próprios estudantes”.

 

Doutor em Linguística pela UnB (2011), Virgílio é mestre em Educação pela Framingham State College (2006) e licenciado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (1991). Confira a entrevista:

 

O que significa a internacionalização de uma Universidade?

A faceta mais visível da internacionalização são os intercâmbios, ou seja, as oportunidades para que alunos e professores possam fazer parte de seus cursos ou participar de eventos, seminários e congressos fora do país. Essa é a parte mais óbvia da internacionalização, mas ela envolve muitas outras ações. Algo que está sendo mais desenvolvido atualmente é a “internacionalização em casa”, que seria capacitar a UnB para se tornar um polo atrativo de estudantes, professores e pesquisadores de outros países, para que possam vir e contribuir com os programas de pós-graduação e com as pesquisas que a Universidade desenvolve. Para isso, é necessária uma série de ações para que o estrangeiro se sinta bem acolhido e possa desenvolver as atividades. Um dos grandes entraves é a língua portuguesa. Então, nós precisamos não só promover cursos ou oportunidades de pesquisa em língua estrangeira, mas também promover ações para que os estrangeiros que venham para nosso país possam aprender a língua para desenvolver o seu trabalho em português. Outra faceta da internacionalização são assinaturas de acordo com instituições do exterior para desenvolvimento de parcerias, novas pesquisas, troca de pesquisadores e professores, acordos de tutela ou de dupla titulação. Então, o enfoque maior é tornar a Universidade um lugar mais multicultural, mais diversificado com a presença de alunos e professores e pesquisadores de fora do país também.

 

As ações influenciam nos rankings internacionais?

Sem dúvida, isso é um dos critérios que entram nos rankings diversos. Há critérios específicos para internacionalização, que medem quantos alunos estrangeiros a instituição recebe, quantos professores e pesquisadores de outros países são aceitos em programas de pós-graduação. Isso tudo faz parte também do ranqueamento, sem contar que essa troca de experiências é sempre enriquecedora e, naturalmente, essas pesquisas desenvolvidas em parceria acabam resultando em publicações em revistas internacionais, mais valorizadas pelos avaliadores porque têm um alcance maior. Tudo corrobora para que a universidade seja mais bem avaliada nos rankings diversos.

 

Quais são os desafios e as prioridades da sua gestão?

O desafio número um é conseguir captar os dados da internacionalização da UnB. No momento, eu consigo saber quantos acordos internacionais temos com determinado país, mas não consigo dizer quantos artigos foram produzidos fruto desse acordo, quantas viagens foram feitas, quantos alunos de pós-graduação se beneficiaram desse acordo. Então, isso é algo que a gente quer levantar, uma maneira de automatizar o registro de universidades, exatamente para poder fornecer aos órgãos que fazem ranqueamento das universidades. Outro ponto é a possibilidade de conseguir bolsa para alunos de graduação. Estudantes de pós-graduação podem contar com verba do governo para bolsas, mesmo com os cortes, o que não acontece com a graduação. Espero fazer isso para que os alunos aproveitem essas ações.

 

Quais são os projetos a curto prazo?

Nós temos o Plano de Internacionalização para levar adiante até 2020 e dentro dele há uma política específica para línguas estrangeiras: a política linguística para internacionalização. Há um comitê trabalhando nisso, a tradução das ementas de toda a Universidade está dentro desse projeto. Da mesma forma que o estudante pode pedir um certificado em língua estrangeira, ele também poderá pedir um histórico com as ementas e nomes da disciplina em outra língua, a princípio em inglês, para ele apresentar, por exemplo, a um mestrado fora do país. Hoje, ele tem que pegar esses documentos e pagar uma tradução juramentada, que é relativamente cara. A política linguística também prevê cursos de férias (verão/inverno) em línguas estrangeiras, para dar oportunidade aos alunos se prepararem nas áreas diversas que estão envolvidos. Isso também pode atrair alunos estrangeiros. É uma iniciativa que tem se proliferado mundo afora, aliar estudo e turismo, fazer um curso gratuito com professores da universidade e convidados ministrando aulas em língua estrangeira.

 

A INT é um setor transversal. Como lidar com diferentes áreas do conhecimento?

É um desafio bem bacana, porque a gente acaba lidando com todas essas áreas. Eu recebo professores e diretores de todas as áreas da UnB e cada um tem um objetivo diferente no que diz respeito à internacionalização. Isso é bem interessante, porque a gente acaba aprendendo muito com eles e tem o desafio de personalizar a internacionalização de acordo com múltiplos interesses. Há programas que já estão no Capes-PrInt que precisam fortalecer parcerias com instituições estrangeiras. Em programas de pós-graduação nota 4 na avaliação da Capes, por exemplo, muitas vezes a única coisa que falta para passar para 5 é exatamente a tradução do site na internet, a visualização em línguas estrangeiras. Tentamos auxiliá-los e mostrar esses caminhos. Claro que a INT tem um pessoal reduzido, então a gente não pode assumir esse trabalho de toda a Universidade, mas estamos lá para orientar e auxiliar no que for necessário, de portas abertas para atender a comunidade, basta acessar nosso site e entrar em contato. Já passei por algumas gestões da Assessoria e acho que essa Reitoria está dando um destaque muito grande para a internacionalização. Com isso, mais e mais setores da Universidade estão descobrindo a INT.

 

Confira aqui a entrevista para a UnBTV: 

 

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