APRESENTAÇÃO PÚBLICA

Gestores da UnB estiveram no campus de Ceilândia para detalhar dados da instituição e esclarecer estratégias de enfrentamento ao atual cenário

Membros da administração superior apresentaram situação atual da UnB e responderam perguntas. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB

 

A Faculdade UnB Ceilândia (FCE) recebeu, na última quarta-feira (12), a atividade UnB: situação e desafios – um diálogo com a Administração Superior. No evento, semelhante ao que foi realizado no campus Darcy Ribeiro há duas semanas, os gestores apresentaram dados acadêmicos e orçamentários da instituição e tiraram dúvidas a respeito dos cortes orçamentários.

 

“Nossa intenção é promover um debate com a comunidade sobre as medidas tomadas pelo governo federal, para que todos fiquem conscientes do momento que vivemos”, contextualizou a reitora Márcia Abrahão. “Trazemos, também, dados sobre a pesquisa realizada pela UnB, uma vez que também estamos sendo questionados sobre isso.”

 

A diretora de Pesquisa do Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), Cláudia Amorim, apresentou informações sobre a estrutura da Universidade na área: há 529 grupos de pesquisa ativos na instituição. “Nossa produção científica cresceu muito numericamente entre 2012 e 2017 e também o impacto dessa produção – mais que dobrou”, relatou ela. Cláudia também destacou os esforços do DPI para aprimorar o desempenho da Universidade, entre eles, o cadastro de pesquisadores estrangeiros já atuantes na instituição e a incorporação de servidores técnicos às atividades de pesquisa.

 

>> Veja o que foi apresentado em termos de pesquisa e inovação

 

A decana de Pós-Graduação, Adalene Moreira, trouxe o panorama sobre os cortes em bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Até o momento, foram feitos dois cortes: um sobre bolsas definidas como “ociosas” pela Capes (que estavam em fase de transição de um beneficiário para outro, em maio) e outro em programas com nota três em duas avaliações consecutivas ou que passaram de quatro para três na última avaliação.

 

A medida atingiu 162 bolsas – cerca de 7,2% do total que a Capes mantinha na Universidade. “Vamos conversar pessoalmente com o presidente da Capes para buscar reverter isso. Há um programa novo, do Gama, que possuía apenas uma avaliação até o momento e sequer se enquadra no critério divulgado pela Coordenação”, comentou Adalene. A demanda foi levada ao presidente da Capes na última sexta-feira (14), pela reitora e pelas decanas Adalene e Maria Emília Walter, do Decanato de Pesquisa e Inovação.

 

BLOQUEIO O panorama sobre a situação orçamentária foi trazido pela decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi, que falou sobre a gradual redução no volume de recursos discricionários disponíveis à UnB nos últimos anos. Para ter uma ideia, em 2014, os valores chegavam a R$ 760 milhões (corrigidos pela inflação). Este ano, são R$ 258 milhões (contando recursos próprios e do Tesouro). Recursos próprios também vêm sendo reduzidos na Lei Orçamentária, ou seja, por mais que a UnB arrecade (por meio de aluguéis e projetos, por exemplo), a utilização fica restrita ao limite imposto pelo teto orçamentário.

 

Denise também esclareceu a comunidade sobre o bloqueio orçamentário imposto pelo Ministério da Educação, correspondente a 31,4% do orçamento discricionário da Universidade na Fonte Tesouro. “No bloqueio, o crédito fica indisponível. É por isso que as universidades têm feito uma reclamação muito grande. Deixamos de realizar processos básicos para a instituição, como, por exemplo, a renovação de um contrato de segurança ou limpeza”, disse.

 

>> Veja o que foi apresentado em termos de orçamento 

 

A professora Gladys de Quevedo Camargo falou sobre o corte de todo o recurso originalmente disponível para o Programa Idioma Sem Fronteiras. “Foi o primeiro grande programa nacional de política linguística que tivemos no Brasil. Ensinamos os alunos a escrever resumos em inglês, escrever artigos. Também servimos como lócus para a formação docente”, lamentou.

Márcia Abrahão e Enrique Huelva têm se reunido com o MEC, em busca da reversão do bloqueio orçamentário. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB

 

O vice-reitor, Enrique Huelva, falou sobre as reuniões realizadas com técnicos do MEC e com o próprio ministro, Abraham Weintraub. “Em todos os nossos diálogos, há sempre dois elementos comuns: a preocupação do Ministério com os gastos de pessoal e a clara mensagem de que nosso modelo de universidade está falido”, alertou.

 

O diretor da FCE, Araken Werneck Rodrigues, agradeceu a presença e os esclarecimentos dos gestores. Ele também reforçou a importância da participação democrática da comunidade da FCE nos conselhos e câmaras. “Nossos colegiados são os espaços para que possamos nos informar e tomar decisões coletivamente. É importante que os representantes compareçam e façam valer o seu assento”, disse. A apresentação pública deve se repetir ainda na UnB de Planaltina e do Gama.

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