INFORME

Universidade de Brasília manifesta profunda apreensão com a falta de orçamento do órgão, que já não possui recursos para o pagamento de bolsas de pós-graduação a partir de setembro

No dia em que a comunidade da Universidade de Brasília (UnB) pôde assistir a uma palestra da professora indiana Richa Nagar, da Universidade de Minnesota, que veio para a aula inaugural da pós-graduação falar sobre abordagens interdisciplinares na investigação científica, nos deparamos com uma enorme e alarmante incerteza quanto aos rumos da ciência e o futuro do país. 

As notícias que nos chegam sobre o orçamento deficitário do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que já não possui recursos para o pagamento de bolsas de pós-graduação a partir deste mês, são dramáticas. A falta de orçamento para o órgão, historicamente responsável pelo fomento da pesquisa no Brasil, coloca em xeque a formação de cientistas – mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos beneficiários das bolsas – e o andamento de estudos importantes, capazes de mudar a realidade nacional.

Nesse sentido, cabe mencionar também os cortes no Programa Institucional de Iniciação Científica (Pibic), cujo objetivo é despertar em estudantes de graduação e mesmo de ensino médio o interesse pela ciência. Na UnB, foram cortadas 43 bolsas, atingindo projetos de várias áreas do conhecimento.

Soma-se a essa ameaça o asfixiante bloqueio orçamentário a que estão submetidas as instituições federais de ensino superior, responsáveis, convém ressaltar, por mais de 90% da produção científica nacional. Na Universidade, o bloqueio é de cerca de 31% do orçamento discricionário, o equivalente a R$ 48,2 milhões. A falta desse recurso compromete sobremaneira o andamento de nosso planejamento institucional e a execução de atividades cotidianas de manutenção. 

Assim, fazemos um apelo a parlamentares e autoridades políticas e gestoras para que se mobilizem pela liberação de recursos para o CNPq e pelo desbloqueio orçamentário, de forma a garantir o pleno funcionamento de nossas instituições e a continuidade da pesquisa de excelência por elas realizada. Também conclamamos toda a comunidade universitária, do Distrito Federal e do país, a se unir na defesa da ciência e da educação, os grandes patrimônios de um país que se pretende desenvolvido.

Brasília, 29 de agosto de 2019.

Márcia Abrahão
Reitora

Enrique Huelva
Vice-reitor

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