SAÚDE

Encerramento de semana de atividades faz homenagem à história do curso na Universidade

 

 

Foto: Julio Minasi/Secom UnB

 

Palestras, painéis e bate-papos movimentaram a Semana de Enfermagem na Universidade de Brasília. O evento integra uma série de atividades nacionais para debater história, políticas e outros temas relacionadas à profissão. Na UnB, o encerramento do encontro ocorreu, nesta quinta-feira (19), com apresentação da história do curso no campus Darcy Ribeiro, que completa 40 anos em 2016.

 

As professoras Jane Dytz, Maria Aparecida Gussi e Nazaré dos Santos compartilharam com os presentes suas trajetórias e experiências no curso, que se fundem com a própria história do Departamento.

 

“As condições da criação do curso foram muito precárias. Quase não havia professores. Depois, os docentes fizeram esforço coletivo para se qualificar e os estudantes só se beneficiaram com isso. Agora, o movimento é de ir atrás do pós-doutorado”, comentou a professora Jane Dytz, no Departamento desde a década de 1980.

 

Na sequência, falou a professora Maria Aparecida Gussi, que passou a lecionar no curso em 1982, aos 25 anos. “Éramos muito poucos, mas tínhamos muita garra”, lembra. A docente relatou várias fases do curso, que passou por crescimento de alunos, professores e produção científica. Gussi aproveitou para cobrar maior participação política de discentes e docentes. “Hoje somos pouco engajados politicamente. Espero que os estudantes sejam mais rebeldes com causa. Não podemos acreditar que publicar artigos em revistas que poucos conhecem e obter títulos possam transformar a saúde”, encerrou.

 

A professora Nazaré dos Santos, cuja trajetória profissional foi pontuada por anos de experiência em centros cirúrgicos de hospitais públicos e privados do Distrito Federal, também lembrou momentos difíceis do início do curso, como a falta de professores mestres e doutores. “Esse curso penou muito, mas tem qualidade de ensino tremenda”, conta. “Já ouvi de uma turma que não queriam professor que não fosse mestre. E eu era enfermeira. Na colação, se desculparam comigo”, completou.

 

Na sequência, foi realizada premiação de trabalhos científicos. Neste ano, a iniciativa homenageou a professora Maria Aparecida Gussi. A professora Andrea Mathes Fautisni, uma das organizadoras da Semana, apresentou o projeto Centro de Memória Virtual do Departamento de Enfermagem, desenvolvido com o estudante Wender Ferreira. A iniciativa procura registrar a história do Departamento ao longo das quatro décadas de existência. 

 

HOMENAGEM - O professor Elioenai Dornelles, que lecionou no Departamento de Enfermagem por quase três décadas, foi homenageado no encerramento das atividades. O Ponto de Encontro Comunitário (PEC) da Faculdade de Saúde recebeu o nome do docente, falecido em 2015. Compareceram à homenagem a esposa e duas filhas.

 

Filhas e esposa do professor doutor Elioenai Dornelles, emérito do Departamento de Enfermagem da UnB. Foto: Julio Minasi / Secom UnB

“O legado do professor Elioenai entre nós está marcado, sobretudo, por sua contribuição no desenvolvimento da ciência. Ele teve papel fundamental na geração do conhecimento. Entre as incontáveis ações que permearam a vida acadêmica deste docente, estão a idealização e criação do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UnB. Essa iniciativa propiciou a oportunidade de acesso à capacitação profissional de alunos de mestrado e doutorado. Esse era um antigo anseio no meio acadêmico de instituições congêneres que careciam de ter em seus quadros profissionais especializados, especialmente, na Enfermagem e em outras áreas da Saúde”, comentou o professor Pedro Sadi Monteiro, chefe do Departamento de Enfermagem da UnB.