OPINIÃO

Gilvam Joaquim Cosmo é mestre em Economia pela UnB, servidor público há 37 anos, e revisor de textos da Subsecretaria dos Órgãos Colegiados/GRE.

 

Gilvam Joaquim Cosmo¹

 

A Universidade de Brasília idealizada pelo antropólogo Darcy Ribeiro tinha como foco a construção do saber como impulsionadora das transformações sociais necessárias ao progresso.

 

Pensar uma universidade  adiante, décadas à frente, em um cenário futuro de boas transformações sem o pano de fundo de um desenvolvimento sustentável não é tarefa apenas para uma instituição. E Darcy sabia bem disso!

 

Vislumbrar uma educação pública de qualidade é missão também do país. A redução de recursos federais para a ciência, a tecnologia e a educação não ajudam na continuidade dos processos que tentam avançar projetos e a formação de recursos humanos. Mas por que isso acontece? E os cortes orçamentários acontecem somente por culpa dos políticos?

 

A ressignificação do que foi aprendido na escola ou na universidade, ou melhor, apreendido, leva ao conceito de letramento científico, que nada mais é o que leva ao estudante aplicar as suas competências e habilidades adquiridas ao longo do tempo de estudo a situações externas, a exemplo do mercado de trabalho e a sua capacidade de exercer cidadania.

 

Grande parte da população, incluindo até mesmo colaboradores de universidades, não observam a correlação entre ciência e política, como uma está intimamente relacionada à outra. Darcy Ribeiro percebia muito bem isso!

 

O projeto inicial da UnB enalteceu o compromisso com a solução de problemas nacionais e a capacitação de profissionais com formação cidadã. A universidade de Darcy deveria romper com o atraso, com o subdesenvolvimento. O seu papel político vislumbrava, ainda, nortear um diálogo internacional.

 

Hoje encontramos a Universidade de Brasília lutando contra cortes de orçamento, buscando presença no ensino global mediante plano de internacionalização e assumindo com esforço a 11ª posição no ranking de universidades brasileiras. Será que os desafios do passado continuam sendo os desafios do futuro?  O que aprendemos com as lições de Darcy?

 

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¹Gilvam Joaquim Cosmo é revisor de textos do Gabinete da Reitoria.

 

Palavras-chave

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