OPINIÃO

Guarino Rinaldi Colli é professor do Departamento de Zoologia da Universidade de Brasília, curador da Coleção Herpetológica da UnB (CHUnB) e pesquisador afiliado da University of Oklahoma, nos Estados Unidos. É Ph.D. em Organismic Biology pela University of California, instituição também estadunidense.

Guarino Rinaldi Colli

 

Fascículo especial da revista Biodiversity and Conservation publicado em abril desse ano apresenta 13 artigos sobre a biodiversidade e a conservação do Cerrado. O projeto foi liderado pelos professores Guarino Rinaldi Colli (Depto. de Zoologia) e José Carmine Dianese (Depto. de Fitopatologia) do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília e contou com a participação de pesquisadores e alunos de várias instituições do Brasil e do exterior. 

 

O fascículo especial ilustra o crescimento acentuado, no século 21, de estudos sobre os biomas abertos da região Neotropical, que incluem a Caatinga e o Cerrado. A maior parte (93,5%) da produção acadêmica sobre o Cerrado vem de instituições brasileiras situadas no Distrito Federal, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, com posição de destaque para a UnB.

 

Os 13 artigos abordam diversos temas, incluindo a regionalização e definição dos limites biogeográficos, padrões de diversidade, efeitos de mudanças climáticas, do fogo e do uso da terra, conservação e reintrodução de espécies, e a priorização de áreas para a conservação. Eles refletem não apenas a grande quantidade de conhecimentos produzidos nas duas últimas décadas, mas também a persistência de alguns antigos desafios, como o pequeno número e reduzida extensão das áreas protegidas do Cerrado, bem como a escassez de estudos envolvendo invertebrados, fungos e microorganismos.

 

O fascículo deve estimular trabalhos futuros para superar essas limitações, de maneira que o conhecimento científico sobre o Cerrado ajude a sociedade a tomar decisões informadas que afetem sua biodiversidade e conservação.

 

Área do PARNA da Chapada das Mesas durante a estação seca, com o céu encoberto pela fumaça de queimadas na região. Foto: David Ayroon

 

 

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