Durante a abertura do I Fórum de Saúde Mental da UnB, foi instituído o Comitê Intersetorial Permanente de Saúde Mental, Atenção Psicossocial e Promoção de Saúde (CoPESM). Realizado pela Diretora de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária do Decanato de Assuntos Comunitários (Dasu/DAC), o evento ocorreu nesta quarta-feira (3), no Auditório Lauro Morhy do Instituto de Química (IQ), no campus Darcy Ribeiro.
Espaço oficial e permanente para planejar, articular e acompanhar ações de cuidado, acolhimento e prevenção de saúde mental na UnB, o CoPESM estava previsto pela Política de Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Universidade, estabelecida pelo Conselho de Administração (CAD) em novembro de 2024.
O comitê recém-instituído é o braço executivo da política extensamente debatida pela instituição, que estabelece diretrizes para acolhimento, cuidado e fortalecimento da saúde mental no ambiente universitário. O pensamento norteador da política institucional é atribuído, entre outras pessoas, aos docentes Ileno Izídio (à época, decano de Assuntos Comunitários) e Larissa Polejack (à época, diretora da Dasu) ambos do Instituto de Psicologia (IP).
A mesa de abertura contou com a participação da reitora Rozana Naves, da decana de Assuntos Comunitários, Camila Alves Areda, da diretora da Dasu, Viviane Neves Legnani, e da coordenadora do Centro Internacional de Pesquisa e Atenção à Saúde Mental (resultante do convênio entre UnB e universidades francesas), professora Kátia Cristina Tarouquela.
Durante os dois dias do fórum (3 e 4 de dezembro), a programação incluiu apresentação das políticas internas da Dasu, rodas de discussão com coletivos de acolhimento, mesa-redonda sobre patologização e medicalização no ensino superior e relatos de experiências de cuidado já existentes na Universidade. O fórum buscou envolver estudantes, docentes e técnicos na construção de diretrizes e práticas que promovam bem-estar e fortaleçam redes de apoio.
MATERIALIZAÇÃO – A diretora da Dasu, Viviane Neves, descreveu a abordagem do acolhimento e prevenção em questões de saúde mental na UnB, com foco nos grupos de acolhimento que já existem na Universidade, e o estímulo à estruturação de novos, com apoio da Dasu. “É uma forma de enfrentarmos juntos, docentes, estudantes e técnicos, a cultura sociopolítica de competição e individualismo do neocapitalismo. Trata-se de uma proposta de ação intersetorial, conforme a saúde mental exige”, disse.
De acordo com a reitora Rozana Naves, a instituição do comitê traduz uma articulação da Dasu/DAC de aspectos da saúde da comunidade universitária em várias dimensões: pedagógica, humana, de esporte e de cultura. O comitê está inserido em contexto atual de “mudança das relações com a informação, interpessoais, as redes sociais e as formas de nos relacionarmos com as questões de saúde”, destacou a reitora.
Conforme explicado pela docente Kátia Cristina Tarouquela, o comitê se dá em cooperação com universidades francesas, aprofundada neste ano, com a realização do Ano Brasil-França 2025 e Saison France-Brésil. Essa parceria, nas palavras da reitora, “amplia as possibilidades de desenvolver colaboração com instituições de ensino superior francesas que têm tratado a questão da saúde mental com muita profundidade”.
A decana de Assuntos Comunitários, Camila Areda, da mesma forma que a reitora, aproveitou a oportunidade para agradecer a contribuição dos docentes Ileno Izídio e Larissa Polejack para a construção da Política de Saúde Mental da UnB. “O comitê vai colocar em prática a política de saúde mental da Universidade. Para além das ações para os casos que urgência, que já estão estruturadas, a ideia é a promoção da saúde mental, para evitar que casos de adoecimento se tornem mais sérios”, afirmou.
Frisando o tamanho do empreendimento, já que a comunidade universitária corresponde à população de mais de 50% nos municípios brasileiros, Camila Areda destacou que o projeto envolve postura de “aprendizado e disposição para aprender a lidar com toda a diversidade e a vasta gama de problemas a serem enfrentados”.
O comitê é composto pela decana Camila Areda; pela diretora da Dasu, Viviane Neves; pela servidora técnica da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) Jacyara dos Santos Caldas; pela representante dos docentes da UnB Ana Cristina Dias; pela representante do Decanato de Ensino de Graduação (DEG) Juliana de Freitas Dias; pela representante do Decanato de Pós-Graduação (DPG) Taize Carvalho Santos; pela representante do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) Géssica Oliveira de Albuquerque (Daces); pela representante do Decanato de Gestão de Pessoas (DGP) Natália Pereira Novo (DSQVT); pelo representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) George Luiz Néris; pela representante do Hospital Universitário de Brasília (HUB) Mônica Sampaio de Carvalho; pela professora da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Saúde (FCTS) Andrea Donatti Gallassi; pela professora da Faculdade de Ciências e Tecnologias em Engenharia (FCTE) Paula Meyer Soares; pela professora da Faculdade UnB Planaltina (FUP) Juliana Eugênia Caixeta.
GÊNESE – Elaborada pelo DAC em parceria com o Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental, a Política de Saúde Mental e Atenção Psicossocial é resultado de um esforço coletivo que envolveu várias unidades acadêmicas e administrativas da instituição. O documento reflete um compromisso com valores de inclusão, equidade e direitos humanos, e está alinhado a normativas nacionais – como a Lei nº 10.216/2001 –, e internacionais, como os princípios das Universidades Promotoras de Saúde.
A política tem como missão acolher, orientar e acompanhar estudantes, servidores técnico-administrativos, docentes e terceirizados. Entre os eixos temáticos, destacam-se: a promoção de saúde e prevenção de riscos; o combate às violências, como assédio e discriminações; ações de formação e conscientização sobre saúde mental; e articulação com a Rede de Atenção Psicossocial do Distrito Federal (RAPS/GDF).
