INTERNACIONAL

Pela primeira vez no Brasil, especialista reuniu professores e alunos em palestra sobre experimento etnográfico utilizado para debates globais

 

Annelise Riles coordena plataforma virtual que reúne pensadores de todo o mundo. Pela primeira vez no Brasil, ela ministrou palestra na Universidade de Brasília. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Uma plataforma virtual que reúne pensadores de todo o planeta para constante debate de problemas políticos transnacionais, relacionados a mudanças climáticas, crises econômicas, imigração, cultura, entre outros. O que poderia parecer uma cena de ficção científica é realidade, graças ao trabalho da equipe de Annelise Riles, professora de Antropologia e Direito da Universidade de Cornell (EUA). Pela primeira vez no Brasil, a criadora do experimento Meridiano 180 esteve, nesta segunda-feira (4), na Universidade de Brasília.

 

A conferência foi organizada pelo Laboratório de Antropologias da T/terra, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS/DAN) da UnB. Em palestra no auditório do Instituto de Ciências Sociais (ICS), Riles abordou minúcias do experimento, denominado por seus criadores como uma "plataforma multilíngue para soluções políticas". A ideia consiste em juntar por um só meio os esforços de pesquisadores, políticos, ativistas e juristas engajados em causas mundiais. 

 

O grupo desenvolvedor do qual a antropóloga norte-americana participa teve início em 2011, após o terremoto que causou o acidente nuclear de Fukushima, no Japão. À época, Annelise Riles estava no país realizando pesquisas. "Eu e outros colegas só conseguíamos nos perguntar como podíamos não estar preparados para isso”, relata. A partir daí, veio a ideia de montar a plataforma.

 

“Trata-se de uma rede de pensadores excepcionais que reconhecem que o mundo está em um momento de mudanças em vários aspectos e que os paradigmas para resolver nossos problemas não são mais bons o suficiente”, explica a especialista. Dessa forma, ao invés de cada área discutir os problemas entre si, as reuniões contam com visão ampla.

 

Atualmente a plataforma possui cerca de 800 membros, de mais de 40 países, em inúmeras áreas de especialidade. Os integrantes estão divididos em coordenadores (liderança), staff (grupo de trabalho e administração) e integrantes, que realmente alimentam a discussão.

 

Ao trazer o relato da experiência à UnB, a Annelise Riles pretende disseminar a noção de que o conhecimento oferece resultados mais proveitosos quando trabalhado em conjunto. "O nome do experimento faz referência ao marco geográfico também conhecido como Linha Internacional de Mudança de Data. Ao passar por este ponto, obrigatoriamente sofremos uma alteração de tempo, em horas. O que esperamos provocar como resultado da plataforma é algo semelhante: uma mudança de tempos para além daquilo que conhecemos e somos capazes de desenvolver globalmente, através da união de conhecimentos."

 

 

 

*Estagiária de Jornalismo na Secretaria de Comunicação da UnB.

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