COMUNIDADE

Administração superior repudiou "ações de autoritarismo" de parte dos grevistas

 

Estudantes reunidos no Ceubinho
Mais de 1.400 estudantes participaram da assembleia que decidiu pela greve discente. Foto: André Gomes/Secom UnB

 

Em assembleia geral realizada na tarde desta quarta-feira (2), estudantes da Universidade de Brasília decidiram entrar em greve por prazo indeterminado. De acordo com lideranças do movimento, a decisão tem como objetivo unir os três segmentos da comunidade acadêmica para chamar a atenção aos sucessivos cortes de verba e desmontes da educação no Brasil. A reunião também decidiu pela suspensão das eleições para o Diretório Central dos Estudantes até 8 de maio.

Os encaminhamentos da assembleia preveem a organização de um comando de greve com participação de centros acadêmicos. A ideia é promover aulas públicas que possam mobilizar as comunidades interna e externa para os temas ​do movimento.

Na tarde de quarta, alguns estudantes bloquearam o acesso a prédios do campus Darcy Ribeiro e interromperam aulas que estavam em curso, expulsando alunos e professores. A administração da UnB manifestou indignação.

"Essas ações contrariam a perspectiva da tolerância e do diálogo, sem os quais não há democracia. Não admitiremos essa escalada da intransigência e do uso da força como método de ação política na Universidade e adotaremos medidas para responsabilizar os autores", informou a Reitoria, em carta à comunidade.

POLÊMICA – A deflagração da greve foi alvo de divergência entre estudantes. Parte dos presentes na assembleia argumentou que não havia quórum para votar a paralisação. Na tarde desta quinta-feira (3), a Comissão Eleitoral do Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães emitiu nota, informando que uma das folhas com assinaturas sumiu, mas que o quórum registrado era suficiente.

"Eu apoio o movimento de greve, por ser uma decisão coletiva, mas votei contra por achar que existem alternativas para realizar essa luta. Entendo que ainda é preciso disseminar mais informação", opina Lucas Campos, estudante de Artes Cênicas.

Algumas unidades acadêmicas, como Ciências Sociais, Comunicação, Pedagogia e Serviço Social manifestaram-se favoravelmente à greve estudantil. A administração superior da UnB ainda aguarda ​a ​notificação do movimento paredista.

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