ENSINO

Formação ocorreu durante seminário sobre a Base Nacional Comum Curricular, promovido pela UnB em parceria com o Ministério da Educação

Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB


A Universidade de Brasília sediou, nos dias 24 e 25 de fevereiro, o Seminário BNCC em Ação. Agora, os participantes do evento voltam para os seus estados com a missão de mobilizar as discussões regionais sobre a segunda versão da proposta da BNCC. Esses debates ocorrem no mês de maio, em todos os estados e no Distrito Federal. "O objetivo de fazer uma construção que envolve todo o país é ter pluralidade de opiniões e representações", disse Ítalo Dutra, diretor de Currículos e Educação Integral do Ministério da Educação.

 

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Pluralidade, aliás, é a palavra-chave na formulação da BNCC. A página que recebe sugestões sobre os conteúdos que os estudantes brasileiros precisam aprender da Educação Infantil ao Ensino Médio já recebeu mais de dez milhões de contribuições. Qualquer pessoa, organização ou escola pode participar da consulta pública até o dia 15 de março.

 

"Após os seminários regionais, serão encaminhados relatórios estaduais para o Ministério da Educação, que deverá consolidar o documento final da BNCC", explica Dutra. Para isso, foi explicado aos participantes como estão sendo tratados e sistematizados os dados das contribuições.

Thérèse Hofmann e Ítalo Dutra (à dir.) na abertura do Seminário BNCC em Ação. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB


A sistematização das informações ficou a cargo da UnB. A decana de Extensão Thérèse Hofmann, foi a responsável por categorizar as contribuições por tipo. As mais de 118 mil propostas de modificação dos objetivos de aprendizagem – recebidas pela consulta pública – foram dividas pelos critérios: não válido/em branco; não há edição do objetivo; acréscimo de poucas palavras; comentário sem trocas; troca de ano ou etapa; e alteração substancial do objetivo. "O papel da UnB é mostrar que tudo que as pessoas têm contribuído vai ser analisado, considerado e repassado para a própria base e para os especialistas", afirma a decana.

 

No âmbito nacional, uma comissão de 116 especialistas foi responsável por elaborar a proposta preliminar da BNCC. Eles foram divididos em quatro áreas de conhecimento – Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas – e nos componentes curriculares dessas áreas. A UnB tem três representantes nesse grupo, os professores Itamar Freitas, da História, Haydée Caruso, da Sociologia, e Ricardo Gauche, da Química.

 

Os docentes especialistas formularam a proposta preliminar e, a partir da sistematização das contribuições, estão revendo o texto original. "A base tem papel fundamental para a consolidação dos processos de ensino-aprendizagem que caracterizarão uma educação voltada à formação para o exercício da cidadania, respeitada a diversidade individual e social da população brasileira e as demandas conceituais e de valores humanos exigidos para tanto", opina Gauche.

 

Coordenadora do Laboratório de Ensino de Sociologia Lélia Gonzalez (LELIA), a professora Haydée Caruso destaca a importância do componente da Sociologia, que também abarca a Antropologia e a Ciência Política, dentro do currículo do Ensino Médio. "A ideia de uma base não é engessar, é transformar toda essa produção que o Brasil já tem num documento que vai ser o alicerce para que a gente possa construir uma educação brasileira com fundamentos mais sólidos", afirma Caruso.