DIVERSIDADE

Em evento aberto à comunidade universitária, DAC propõe atividades educativas para prevenção de abusos contra mulheres. Público presente pôde opinar e sugerir ideias

Foto: Júlio Minasi/Secom UnB


O anfiteatro 9 do Instituto Central de Ciências (ICC) sediou, na última terça-feira (5), evento organizado pelo Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) intitulado Construção coletiva de ações para o enfrentamento à violência contra as mulheres.

 

O objetivo do encontro era apresentar ao público um rol de ações pensadas em conjunto com organizações e entidades parceiras para conscientizar membros da comunidade universitária sobre o respeito às mulheres, à diversidade e à convivência pacífica entre os gêneros.

 

Em um segundo momento, o público de cerca de 90 pessoas pôde se manifestar sobre as propostas, sugerindo alterações e novas ideias.

 

Conheça as propostas do DAC para enfrentamento à violência contra as mulheres

 

Participaram da mesa de abertura do evento a decana de Assuntos Comunitários, Thérèse Hofmann, as representantes da Diretoria da Diversidade (DIV/DAC) Inez Montagner e Sílvia Badim, a coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (Nepem), Lourdes Maria Bandeira, a coordenadora de projetos do DCE, Helena Esteves, e a representante da ONU Mulheres Amanda Lemos.

 

Em suas falas iniciais, a decana Thérèse Hofmann e a diretora da DIV Inez Montagner declararam a importância de se repensar o papel do homem e da mulher no século XXI, a fim de que antigos preconceitos não sejam perpetuados.

 

A coordenadora das questões relacionadas à mulher na DIV, Sílvia Badim, ressaltou que a Universidade pretende acolher, formalizar e dar prosseguimento a denúncias de machismo.


"Ainda não temos um regulamento que nos permita punir diretamente os agressores, mas vamos construir o debate por uma nova norma. Não podemos mais permitir que calouros gritem durante o trote que lugar de mulher é na cozinha. Isso não pode ficar sem resposta", disse.

 

A professora Lourdes Bandeira observou que a violência contra as mulheres tem crescido na nossa sociedade e que a UnB deve assumir o compromisso de contribuir para a erradicação deste mal.

 

A representante do DCE Helena Esteves exaltou a iniciativa do debate: "Existem soluções para o problema da violência, embora sejam a longo prazo. Trazer o tema à discussão é um caminho para alcançarmos isso".

Foto: Júlio Minasi/Secom UnB


INICIATIVAS - A representante da ONU Mulheres Amanda Lemos informou que existe um memorando de entendimento entre a entidade e a UnB desde outubro de 2015. "Temos um plano de trabalho para abordar questões da área de violência, com cursos de extensão sobre feminicídio, além de uma campanha de prevenção da violência contra as mulheres, que já vinha sendo desenhada pela UnB e pela ONU Mulheres antes mesmo da morte da Louise", disse.

 

Segundo Amanda Lemos, o assassinato da estudante levou os organizadores a reforçarem o planejamento de ações e serviços de prevenção e aumentou a frequência das reuniões para o desenvolvimento de propostas.

 

A decana Thérèse Hofmann afirmou que a Universidade tem buscado formas de aproveitar melhor o potencial dos trabalhos que vêm sendo feitos. A coordenadora do Nepem, Lourdes Bandeira, ressaltou que o Núcleo atua há 30 anos e que existem projetos desenvolvidos em diferentes departamentos da UnB sobre feminismo, violência contra a mulher e temas relacionados.

 

"Existem muitas ações, mas todas desarticuladas. Precisamos fazer uma articulação para que a Administração Superior esteja presente e a abrangência e a visibilidade sejam crescentes", opinou.

 

COLABORAÇÃO - Thérèse Hofmann pediu a manifestação das unidades acadêmicas para que as ideias saiam do papel. De acordo com a decana, o propósito é formar uma rede de atuação mais ampla, pois o DAC não consegue estar à frente de todas as iniciativas. "Temos prazos estabelecidos, mas as realizações também passam pelo interesse dos nossos parceiros".

 

Professores e estudantes presentes no anfiteatro utilizaram suas falas para pedir melhorias em iluminação e segurança no campus Darcy Ribeiro, sobretudo no período noturno. Segundo o assessor do DAC Luiz Cezar Santos, as propostas do público foram registradas e serão discutidas internamente para posterior retorno à comunidade.

 

Durante o evento foram divulgados a realização de um aulão de defesa pessoal para mulheres, o telefone 9263-5760, do whatsapp da vigilância do campus, o email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. para envio de sugestões e denúncias e o Ligue 180, do governo federal.