Realizada em todo o Brasil, Campanha Maio Amarelo envolveu sensibilização, caminhada e blitz educativa para incentivar a segurança no trânsito

Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

O comportamento imprudente e a desobediência às leis de trânsito são os principais responsáveis por acidentes ocasionados por condutores no Brasil. Além disso, a perda de vidas no trânsito está na nona posição entre as causas de mortalidade em todo o mundo. Conscientizar a população sobre a segurança e redução da violência entre pedestres, motoristas e ciclistas é o objetivo da campanha Maio Amarelo, iniciativa recebida nesta quarta-feira (11), na UnB.

 

Três ações integraram a programação no campus Darcy Ribeiro: o Espaço Maio Amarelo, tenda montada entre o Restaurante Universitário (RU) e o ICC Sul; Caminhada pelo Trânsito Seguro, que passou pelo ICC Sul, Centro, indo até o Norte, onde ocorreu a Blitz Educativa, na faixa de pedestres que liga o local aos pavilhões Anísio Teixeira e João Calmon. As ações foram idealizadas pelo Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru) da UnB e realizadas em parceria com Detran-DF, Departamento de Estradas e Rodagens (DER), Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar.

 

Quando se trata do trânsito, todo cuidado é pouco. E se as pessoas imaginam que os riscos de acidentes estão somente fora da Universidade, estão enganadas. Segundo o professor Pastor Gonzáles, coordenador do Ceftru e um dos organizadores do evento, determinados comportamentos comuns aos usuários do trânsito na UnB, em especial conflitos pelo uso das vias e falta de conhecimento dos fluxos nos campi, podem provocar alguns acidentes. "À medida que conseguirmos diminuir o atrito pelo uso do espaço viário, também conseguimos reduzir os acidentes", afirma.

 

Gonzáles considera que, por meio de medidas educativas, é possível tornar o grande número de alunos, técnicos e professores multiplicadores da paz no trânsito. Por isso, uma das estratégias do Maio Amarelo foi a sensibilização por parte dos agentes educativos ao público que passava entre o ICC Sul e o RU, com cartazes com dicas para melhorar o trânsito. Também foram distribuídos kits educativos com itens como adesivos com a rashtag #EuSouMaisUm, da campanha Maio Amarelo.

 

MÚSICA E CONSCIÊNCIA - O momento mais animado da programação foi o da Caminhada pelo Trânsito Seguro. Ao som de uma banda de pífano, a comunidade universitária foi convidada a percorrer o ICC Sul e o Norte, até chegar à tenda da Blitz Educativa. A música tipicamente nordestina atraiu a atenção de muita gente que ali se encontrava, como o estudante do curso de Engenharia Elétrica, Felipe Pavoni. “Dá para atingir muita gente fazendo uma simples caminhada. Essa conscientização é muito importante, porque todo dia nos deparamos com pessoas que atravessam a faixa de pedestre correndo ou alguém que dirige imprudentemente”, diz.

 

Pedestres aprenderam a utilizar faixa para travessia das ruas durante a ação. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

Em seguida, agentes educativos e de trânsito passaram instruções para a boa convivência no trânsito ao estimularem o uso correto da faixa de pedestres. A ação ocorreu entre o ICC Norte e os pavilhões Anísio Teixeira e João Calmon. Teve até paródia de um funk para passar a mensagem. Para finalizar o trajeto, o grupo de músicos liderou novamente a caminhada rumo ao Espaço Maio Amarelo, onde continuaram a tocar. No início da tarde, ainda na tenda, a banda do Corpo de Bombeiros encerrou as atividades.

 

RESPEITO - Todo ano, 43 mil mortes no trânsito são registradas no país, a grande maioria de jovens entre 15 e 29 anos. O número alarmante pode ser considerado, segundo o diretor de Educação de Trânsito do DER, Fábio Vargas, uma epidemia, que só pode ser resolvida com a convivência harmônica.“Nós acreditamos que, se houver o respeito mútuo no trânsito, teremos uma transformação muito grande”, alega.

 

Entretanto, pregar o respeito no trânsito dentro de uma Universidade com grande fluxo de carros e pedestres pode ser um desafio. Foi por conta de um descuido de uma estudante recém-habilitada que, no ano passado, a professora da Faculdade de Comunicação Tânia Siqueira Montoro, ao entrar no estacionamento da Colina, sofreu uma batida. Por sorte, nada de grave ocorreu.

 

Cássio vai para a Universidade de bicicleta, mas vê problemas na falta de conscientização dos pedestres sobre as ciclovias. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

Para Montoro, são necessárias algumas cautelas para conduzir com segurança tanto na Universidade quanto pela cidade. “A primeira coisa é ser educado no trânsito. Ter uma direção defensiva e respeitar as normas de trânsito também é importante. O carro não pode se tornar uma arma”, defende, ao avaliar como essenciais iniciativas como a do Maio Amarelo.

 

Já o estudante de Nutrição e ciclista Cássio Alves Coelho vê como positiva a mobilização, principalmente para conscientização sobre o uso da ciclovia, já que, por diversas vezes, teve problemas em seus deslocamentos pelo campus, que poderiam ocasionar acidentes. “Não é muito raro acontecer de eu estar na ciclovia e encontrar pedestres e carros que estejam obstruindo a ciclovia”, alerta.