PIONEIRISMO

Curso da UnB foi o primeiro do país na área. Evento comemorativo trouxe palestra sobre o desenvolvimento das redes de comunicação no atual cenário brasileiro

Estudantes, docentes e profissionais que fazem parte da história do curso lotaram auditório da Faculdade de Tecnologia para acompanhar a celebração. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

Em 1997, era criada na Universidade de Brasília a primeira graduação do país em Engenharia de Redes de Comunicação, com o intuito de formar profissionais que atuassem de forma multidisciplinar no mercado das tecnologias da informação e das comunicações. Vinte anos após o feito, a comunidade da Faculdade de Tecnologia (FT) e pessoas que fizeram parte do início dessa história comemoraram o pioneirismo, em cerimônia realizada na última quinta-feira (29). O evento integrou as atividades do aniversário de 55 anos da UnB e das cinco décadas da FT.

 

“O curso de Engenharia de Redes de Comunicação foi criado com o mesmo padrão de ousadia que a Faculdade de Tecnologia sempre teve”, afirmou o diretor da FT, Antônio Brasil. Ele relembrou os desafios enfrentados até a implementação do curso, que à época não dispunha de recursos para a contratação de professores, e elogiou o empreendedorismo dos precursores.

 

A decana de Pesquisa e Inovação, Maria Emília Walter, também prestigiou a solenidade e destacou o papel do curso no atual contexto do país, sobretudo no desenvolvimento da área de tecnologia. “É importante que os alunos que estamos formando não percam a perspectiva de que estamos num país extremamente carente na área. Temos essa preocupação com a excelência da técnica e do desenvolvimento”, apontou. 

Georges Nze, Antônio Brasil e o ex-reitor José Geraldo de Sousa Júnior, um dos homenageados na comemoração pelos 20 anos da Engenharia de Redes na UnB. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

Professores, pesquisadores e personalidades que contribuíram para a criação e consolidação do curso ao longo desses 20 anos foram homenageados. Eles receberam das mãos do coordenador de curso, Georges Nze, um certificado em reconhecimento aos esforços para viabilizar o seu funcionamento. Os nomes dos ex-reitores João Cláudio Todorov, Lauro Morhy e José Geraldo de Sousa Júnior foram alguns dos mencionados.

 

REDES NO BRASIL – “É fundamental a formação de competências e habilidades nos profissionais formados no curso, porque eles conseguem entender e dialogar com todos os campos para construir as aplicações que permitem unir as pessoas”, declarou o diretor-geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Nelson Simões. Palestrante do evento, ele abordou o atual cenário de desenvolvimento das redes de ensino e pesquisa no país e a importância da graduação em Engenharia de Redes de Comunicação nesse contexto.

 

A RNP é uma organização social, mantida com investimentos dos Ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, da Educação, da Cultura, da Saúde e da Defesa. Seu principal objetivo é promover o desenvolvimento tecnológico e o apoio a pesquisas e tecnologias, a partir da ampliação e manutenção de uma rede de internet acadêmica avançada.

 

No entanto, o fomento à integração entre instituições de ensino no âmbito da pesquisa exige do país esforços para otimizar as redes de comunicação, contribuição que poderá ser dada pelos profissionais a se formarem nessa área. Nesse sentido, Nelson enxerga quatro principais desafios: a modernização da infraestrutura, as aplicações avançadas, a colaboração e a mudança.

 

“Nós temos boa rede de comunicação, bons centros de computação científica e laboratórios de ponta, mas não temos uma visão coordenada do que é uma ciberinfraestrutura para o país a longo prazo e como ela deve evoluir para atender a esses alvos”, avaliou. 

Em palestra, o diretor-geral da RNP, Nelson Simões, apontou desafios para otimizar as redes de ensino e pesquisa no país. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

O diretor-geral da RNP considera todos esses quesitos fundamentais para fortalecer os laços entre a comunidade científica brasileira e internacional, proporcionar maior colaboração entre instituições de ensino e pesquisa, aprimorar o gerenciamento e armazenamento de dados científicos e ampliar a conectividade no território nacional e com outros países. “As universidades são essenciais nesses processos, pois elas detêm o conhecimento para oferecer essas soluções”, disse.

 

Nelson destacou, ainda, os esforços do país e da RNP para avançar na área. A organização social integra o Programa Amazônia Conectada, iniciativa do exército brasileiro para ampliar a infraestrutura de comunicações na região, a partir da instalação de rede de fibra ótica subfluvial no leito dos rios da bacia amazônica. Além disso, o projeto possibilitará maior conectividade com outros países.

 

Com o intuito de facilitar a colaboração entre instituições de ensino, a RNP também participa de projetos de redes comunitárias, oferecendo serviços de tecnologia da informação e da comunicação. É o caso da Rede Universitária de Telemedicina, que visa o aprimoramento de iniciativas na área em todo o país, e do projeto Cinemas em Rede, para ampliar a circulação e o acesso a conteúdos audiovisuais no Brasil via internet.

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