RECONHECIMENTO

Aprendizado de língua portuguesa por refugiados é tema de videorreportagem de estudantes. Material obteve destaque nacional

 

Alunas da Faculdade de Comunicação (FAC) da Universidade de Brasília, Julyana Néris e Vivien Doherty produziram uma das dez videorreportagens selecionadas pelo projeto GloboLab Profissão Repórter, da TV Globo. O material desenvolvido pela dupla traz a realidade de refugiados inscritos no curso Português como Língua de Acolhimento, oferecido pelo Núcleo de Ensino e Pesquisa em Português para Estrangeiros (Neppe), vinculado ao Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução do Instituto de Letras (IL) da UnB.

Estudantes Julyana Néris e Vivien Doherty, da Faculdade de Comunicação, produziram videorreportagem selecionada no GloboLab Profissão Repórter. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Criado em 2012, o programa de extensão oferece oportunidades a imigrantes refugiados em situação de vulnerabilidade: sem emprego e sem domínio da língua portuguesa. “Por meio do aprendizado, esses alunos têm expectativa de inclusão social e cultural”, conta a coordenadora do Neppe, professora Lúcia Maria Barbosa.

 

O curso específico abordado na videorreportagem existe há dois anos, tem duração de um semestre, é gratuito, e conta com material didático específico, desenvolvido em parceria com o curso de Design da UnB. Há também colaboração da FAP-DF e do DFTrans, que fornece passe estudantil aos matriculados. Entre os alunos há administradores, advogados, enfermeiros e médicos.

 

As graduandas de Jornalismo contam que entraram em processo de imersão para compreender melhor a realidade dos refugiados e do Neppe. Assistiram às aulas por alguns dias, conheceram pessoas e, a partir disso, definiram os rumos da reportagem. “São histórias muito bacanas. Nos envolvemos bastante com a trajetória de alguns personagens”, relata Vivien.

 

“Escolhemos o tema por ser interessante e estar acontecendo dentro da nossa Universidade”, comenta Julyana. “Os refugiados vivem situações muito delicadas. Tivemos de tomar cuidado para não ultrapassar o espaço pessoal de cada um", ressalta.

Coordenadora do Neppe, Lúcia Maria Barbosa vê a língua como um dos fatores essenciais para a inserção do estrangeiro no Brasil. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

A coordenadora do Neppe crê que a visibilidade conferida aos estudantes refugiados ajuda a mostrar o lugar que o aprendizado da língua ocupa. “A língua é sempre um fator que fica oculto, mas é algo universal. Inclusive para o mercado de trabalho”, observa a professora, que advoga a favor da valorização do aprendizado de línguas para a inserção laboral e social no Brasil.

 

“É comum vermos a língua sendo deixada como último recurso, mas, sem ela, restam poucas alternativas de ação. Para alguns, nossa língua é completamente estranha”, destaca Lúcia Maria Barbosa.

 

As maiores dificuldades enfrentadas pelas discentes durante a produção da videorreportagem estiveram relacionadas a questões técnicas, como filmagem e edição do vídeo, que possui duração total de 4 minutos e 25 segundos. “Foi um dos meus maiores aprendizados aqui na faculdade. Fizemos na base da força de vontade”, conta Julyana. Como resultado da seleção no GloboLab Profissão Repórter, as estudantes tiveram a chance de conhecer os estúdios da Globo, em São Paulo.

 

Confira trecho da reportagem desenvolvida pelas alunas da UnB:

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