ENTREVISTA

No comando de uma das maiores instituições de ensino do país, Márcia Abrahão e Enrique Huelva enfatizam o importante papel da UnB para a sociedade

 

Referência na América Latina, a Universidade de Brasília pulsa ensino, pesquisa e extensão. São mais de 300 cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado e uma comunidade de alunos, professores, técnicos e colaboradores que ultrapassa 50 mil pessoas.

Comemorar os 56 anos da UnB é reconhecer o papel da instituição na formação de profissionais de excelência e na produção de conhecimento científico, de tecnologia, de inovação. É, sobretudo, reafirmar seu compromisso com a própria transformação social.

Com esse espírito, a reitora Márcia Abrahão e o vice-reitor Enrique Huelva ressaltam conquistas e apresentam os possíveis caminhos para a Universidade de Brasília enfrentar os desafios que se voltam para a educação superior brasileira.

Celebrar o aniversário da UnB significa reiterar o compromisso institucional de se fazer ensino, pesquisa e extensão de excelência?

Márcia Abrahão: Comemorarmos essa data, sem dúvida, é mostrar para a sociedade o importante papel da nossa Universidade. É oportunidade para refletirmos sobre os desafios, mas também para reconhecermos os resultados históricos. Uma Universidade que se expandiu, saiu do Plano Piloto e foi para Planaltina, Gama e Ceilândia, criou cursos noturnos e a distância, ampliou a pós-graduação e a internacionalização, e que se compromete em devolver à sociedade profissionais, pesquisas e projetos de extensão de excelente qualidade.

Enrique Huelva: Ser receptiva aos diferentes momentos históricos é algo inerente às universidades, instituições mais antigas que o próprio Estado Nacional – podemos citar os exemplos de Bolonha (Itália), Coimbra (Portugal) e Salamanca (Espanha), todas com mais de oito séculos de história. E, nos seus diferentes momentos, são instituições partícipes de transformações sociais. A UnB, portanto, é construtora e estruturadora da sociedade. Os desafios existem, mas a Universidade cumpre com excelência esse papel de produzir as respostas necessárias para o avanço social em diferentes áreas.

Nessa perspectiva, como somar esforços para valorizar a UnB e, consequentemente, o conjunto de serviços e benefícios diretos e indiretos que ela presta à sociedade?

Márcia Abrahão: Essa gestão procura tratar as questões relativas à Universidade de Brasília com total transparência e chamando a comunidade para se apropriar das informações. Estamos realizando audiências públicas, promovendo debates, trazendo posicionamentos de pensadores de dentro e de fora da UnB. É nosso papel oferecer formação e informação de qualidade para que a comunidade seja parceira da instituição em busca de soluções para os desafios. Se o contexto nacional traz dificuldades, a UnB enfrenta dificuldades, e isso precisa ficar claro. Estamos buscando essa conscientização. Outro aspecto a ser considerado reside na apresentação constante para a sociedade das pesquisas e dos projetos que desenvolvemos. Divulgar o que a UnB faz de melhor fortalece as relações internas e mostra às pessoas qual é o nosso papel. Portanto, é um desafio ir além dos muros institucionais e se abrir ainda mais.

Enrique Huelva: O modus operandi da universidade é esse contato permanente com a sociedade, pelas pessoas que entram e saem daqui, pelos relacionamentos que estabelecemos no ensino, na pesquisa, na extensão, pela comunicação e divulgação científica. A Universidade se renova com a entrada de novos alunos e a sociedade se renova com a saída de alunos da UnB. O desafio contínuo é estarmos sensíveis às inquietações e momentos, captá-los em seus diferentes aspectos e tratá-los internamente sob nossa base constituidora: a autonomia reflexiva.

Quais as frentes de atuação da administração superior para os próximos meses?

Márcia Abrahão: A questão orçamentária é a grande pauta. Apesar do aumento no volume total de recursos recebidos pelo governo federal este ano – em função principalmente das despesas obrigatórias, como salários e aposentadorias –, a UnB registra queda profunda no orçamento de custeio e investimento. Então, o desafio é conscientizar todos sobre a necessidade de buscarmos mais recursos e otimizarmos o uso das nossas fontes próprias. De forma concreta, estamos trabalhando em mudanças legislativas, junto ao Congresso Nacional, para permitir que as universidades utilizem integralmente sua arrecadação própria, pois esse montante hoje é limitado ao orçamento da própria instituição. Estamos em ano eleitoral nacional, então, a UnB deve se abrir ao debate político e trazer os candidatos para que eles discutam suas propostas para a educação pública com a comunidade. Na área acadêmica, precisamos implementar ações voltadas à Aprendizagem para o 3º Milênio (A3M), ou seja, aproximar nossa forma de ensinar e aprender à geração digital. Por fim, avançar ainda mais na pesquisa aplicada, como parte da consolidação do Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), criado nesta gestão,e que colocou a UnB entre as instituições mais empreendedoras do país.

Enrique Huelva: Outro ponto relevante é a internacionalização da produção científica da UnB. Estamos fazendo um enorme esforço estrutural para dar impacto global aos resultados de altíssimo nível que aqui alcançamos. Ser uma instituição que se apresenta ao mundo e que dialoga com outras universidades e parceiros internacionais é uma realidade para 2018. Isso faz parte do caminho para seguir conquistando sucesso e marcando o nome da UnB, ano após ano.

 

 

Confira a mensagem da reitora pelo aniversário de 56 anos da UnB:

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