SAÚDE

Novos equipamentos, contratação de profissionais e treinamento garantem implantação do serviço


O Hospital Universitário de Brasília (HUB) fez a primeira cirurgia cardíaca de alta complexidade na instituição, depois de 30 anos de serviço desativado. O procedimento ocorreu na última terça-feira (7) para corrigir uma doença congênita no coração de uma mulher de 55 anos. Ela se recupera na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital e passa bem.

Hospital Universitário reativa serviço de cirurgia cardíaca de alta complexidade. Foto: Divulgação/Ascom HUB


A paciente era portadora de comunicação interatrial, que ocorre quando o orifício existente entre os dois átrios, cavidades do coração, não se fecha na infância, provocando cansaço e falta de ar. A cirurgia durou quatro horas e serviu para corrigir essa comunicação. Durante o procedimento, também foi retirado um aneurisma (lesão) localizado em outra cavidade, o ventrículo esquerdo.


Para realizar a cirurgia, o coração é parado totalmente, por meio do uso do equipamento chamado circulação extracorpórea, que desempenha as funções de coração e pulmão artificiais. “Todo o sangue do paciente é drenado por essa máquina, oxigenado e rebombeado pela artéria aorta. Uma vez corrigida a patologia e assim que o coração está reestruturado, fazemos ele bater novamente”, explica o cirurgião cardiovascular do HUB, Marcus Vinicius Nascimento dos Santos.

 

Ele e outro cirurgião, Isaac Azevedo, foram os responsáveis pelo procedimento, mas a equipe reuniu ainda anestesista, residentes, instrumentadores cirúrgicos, técnicos em enfermagem e enfermeiros. “Toda a equipe ficou disponível para dar apoio à realização da cirurgia, por ser a primeira realizada no HUB”, conta o enfermeiro supervisor da Unidade de Bloco Cirúrgico, Júlio Romanholo.

 

SERVIÇO – O processo de implantação de cirurgias cardiovasculares de alta complexidade iniciou há dois anos e foi possível devido aos investimentos na área. O Bloco Cirúrgico ganhou sala nova, equipada com aparelhos e materiais cirúrgicos específicos. Houve ampliação do quadro de colaboradores, com a contratação de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem especializados via concurso público.

 

Outro passo importante foi o treinamento de profissionais. Em fevereiro deste ano, 70 técnicos em enfermagem e enfermeiros participaram de capacitação sobre manipulação de equipamentos e instrumentos e protocolo de organização da assistência ao paciente.

 

NOVA FASE – Com a realização da primeira cirurgia cardíaca considerada de grande porte, o HUB amplia a oferta de serviços de alta complexidade à comunidade do Distrito Federal. O hospital está preparado para realizar outros procedimentos na área cardiovascular, como revascularização do miocárdio, conhecida como ponte de safena, troca e plástica de válvulas, além de cirurgias de aneurisma de aorta torácica e abdominal e de cardiopatias congênitas.

 

A expectativa é fazer em torno de três cirurgias todos os meses, mas a capacidade é maior, em torno de três por semana. A expansão depende da realização de novo contrato do HUB com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) para custeio do serviço. O processo de negociação com a pasta segue há mais de dois anos.

 

De acordo com o chefe da Unidade Cardiovascular do HUB, Daniel França Vasconcelos, o HUB se torna um dos poucos hospitais públicos do DF a realizar esses procedimentos. “O maior beneficiário é a própria população, tendo em vista que há uma grande demanda reprimida no Distrito Federal”, relata.

 

Para o superintendente, Hervaldo Sampaio Carvalho, a cirurgia cardiovascular é mais um exemplo dos inúmeros serviços diferenciados ofertados pelo hospital. “A demanda da população é grande e o Hospital de Base é insuficiente para atender sozinho tudo o que é preciso. O HUB se apresenta como a principal alternativa pública para suprir as necessidades da população, oferecendo qualidade e eficiência”, diz.

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