OPINIÃO

Henrique Marinho Leite Chaves é professor do Departamento de Engenharia Florestal da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília.

Henrique Marinho Leite Chaves

 

Entre 19 e 23 de março, se realizará em Brasília a 8ª edição do Fórum Mundial da Água. Acontecendo uma vez em cada triênio em distintos países do mundo, o Fórum tem como principal objetivo fazer do tema água uma prioridade entre os decisores e a população, de forma a aumentar a segurança hídrica das pessoas e do meio ambiente (http://www.worldwaterforum8.org/).

 

Trata-se de um importante evento técnico e político, que reúne acadêmicos, gestores, empresários, ONGs, estudantes, governantes e outros membros da sociedade civil. Os fora anteriores ocorreram nas cidades de Marrakesh (Marrocos, 1997); Haia (Holanda, 2000); Quioto (Japão, 2003); Cidade do México (México, 2006); Istambul (Turquia, 2009); Marselha (França, 2012); e Gyeongju e Daegu (Coréia do Sul, 2015).

 

Neste 8º Fórum, para o qual se espera um público de 40 mil pessoas, o tema central é "compartilhando a água", já que o recurso é fundamental para a vida, e cuja gestão é responsabilidade de todos, gestores e população. Sendo a água um recurso estratégico para o desenvolvimento e para a sustentabilidade ambiental, sua gestão deve ser integrada com outros recursos, como o solo e a vegetação, conforme estipula nossa Lei das Águas (Lei n. 9433/1997).

 

Entretanto, em muitos países e bacias do mundo, os recursos hídricos ainda não são geridos de forma integrada e descentralizada, com graves consequências socioeconômicas e ambientais. No nosso país, por exemplo, menos da metade do esgoto coletado é devidamente tratado, antes de seu lançamento nos rios.

 

Além do grande déficit de saneamento básico, o Brasil tem vivido crises hídricas importantes, afetando não apenas o fornecimento de energia (como o apagão de 2001), mas também o abastecimento humano (SP e DF, mais recentemente). Nesse sentido, não apenas a gestão da oferta de água, incluindo novas obras, como transposições e bacias e novos reservatórios, é necessária, mas também uma gestão efetiva da demanda, reduzindo o consumo excessivo de água, inclusive as perdas.

 

No 8º Fórum, esses e outros temas serão tratados em diferentes processos, incluindo o técnico, o político, o regional, o cidadão, e o de sustentabilidade. Nesse sentido, todos os cidadãos, técnicos ou não, poderão dele participar e contribuir com suas experiências e seus anseios, e estamos convictos que o evento será uma excelente oportunidade de buscar, de forma conjunta, as melhores soluções para o setor.

 

Durante as próximas semanas, procurarei detalhar os principais temas e atividades do 8º Fórum, bem como a participação da academia no processo, incluindo a da UnB.

 

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