CELEBRAÇÃO

Sessão solene da Câmara dos Deputados lembrou história de luta e resistência da instituição, com ênfase em reflexões sobre autonomia

 

Membros da comunidade acadêmica e pessoas ligadas à história da UnB participaram de sessão solene no Congresso Nacional em homenagem aos 56 anos da instituição. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

A Universidade de Brasília recebeu, nesta sexta-feira (20), véspera de seus 56 anos, uma homenagem em forma de sessão solene no Plenário Ulysses Guimarães da Câmara dos Deputados. No evento, estiveram presentes membros da comunidade, estudantes e outras pessoas ligadas à história da instituição.

Os discursos relembraram a luta pela conquista da autonomia universitária. Entre os que já ajudaram a construir e os que ainda estão construindo a história da UnB, o clima era da certeza de que é preciso valorizar o que é produzido na academia e superar dificuldades.

"Foi a UnB que inaugurou o conceito de autonomia universitária. O modelo pedagógico de Anísio Teixeira previa o entrelaçamento de saberes e assim trouxe aquilo que era indispensável para a capital da esperança", lembrou a mensagem enviada pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, para marcar a sessão.

A mesa da cerimônia foi composta pela deputada federal Erika Kokay, que propôs a sessão solene; pela reitora Márcia Abrahão; pela coordenadora de Mulheres do Sintfub, Alessandra Veloso; pela representante da ADUnB Maria Elenita Nascimento; pelo representante da comissão eleitoral do DCE Pedro Moraes, e pelos ex-reitores José Geraldo de Sousa Junior e Antônio Ibañez.

Ex-reitor Antônio Ibañez questionou o respeito à autonomia universitária e viu semelhanças entre passado e presente da UnB. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Em sua fala, Ibañez questionou a real autonomia da UnB hoje. "Não faz sentido que a Universidade possa gerar recursos e não gerenciá-los", opinou. Para ele, que viveu dias de ditadura na instituição, as incertezas no presente guardam semelhanças com os anos de chumbo. "A tensão estava sempre no ar. Atualmente vivemos isso com o governo indo contra a autonomia da universidade", disse.

Alessandra Veloso mencionou a criação do Sintfub, em 1985, último ano da ditadura militar. Ela destacou outro marco temporal: em 2018 completam-se 50 anos da invasão de 1968. "Somente por meio da unidade de luta de estudantes, técnicos e docentes iremos construir nosso futuro", observou a representante do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília.

Seguindo a mesma linha e trazendo um sentimento de gratidão pelo crescimento que a UnB traz para a sociedade, o representante dos alunos agradeceu aos professores que ampliam a visão dos estudantes e fez menção à revista Darcy, que voltou a ser publicada em 2017, "levando a Universidade para fora das paredes", destacando: "É preciso aceitar que nosso ensino, pesquisa e extensão estão ameaçados, em um momento em que o mundo precisa de mais educação".

Márcia Abrahão afirmou que Universidade precisa superar dificuldades mantendo a excelência. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Conclamando a esperança, o ex-reitor José Geraldo afirmou que, apesar das ameaças do presente, resistência e luta são marcas da UnB. "Dizer que as universidades precisam ser mais eficientes é um álibi para novas intervenções. Vamos lutar pela UnB! Não devemos nos esquecer do que já aconteceu para que nunca mais se repita."

 

A reitora Márcia Abrahão salientou que é necessário pensar a resistência da UnB sem deixar de considerar sua competência. "Hoje estamos entre as melhores universidades do bloco Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da América Latina; temos o maior índice de produção científica do Brasil e estamos entre as mais internacionalizadas do país", ressaltou. "Continuaremos a ser uma universidade altiva, que transpõe crises, dificuldades, qualquer que seja o nome que se dê."

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