CINEMA

Micrometragem Katabasis, dirigido pelo formando em Publicidade e Propaganda Francisco Catão, foi vencedor da categoria animação

 

Foto: Divulgação/Festival Cel.U.Cine

 

Aos 14 anos, Francisco Catão descobria, em meio a experimentos de vídeos amadores produzidos para o Youtube junto com seus colegas, uma paixão que definiria, anos mais tarde, sua trajetória profissional: o cinema. Em 2012, ao ingressar no curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade de Comunicação (FAC) da Universidade de Brasília, decidiu se aprimorar na área. Neste ano, já concluindo a graduação, recebeu mais um incentivo para continuar a se dedicar ao cinema. Catão teve seu filme premiado na categoria animação do Festival Cel.U.Cine 2016.

 

Os vencedores foram conhecidos em cerimônia ocorrida no último dia 15, no Rio de Janeiro, que consagrou produções em plataformas digitais de todo o país. O micrometragem Katabasis concorreu com outros 26 filmes inscritos na categoria. “Ganhar o prêmio foi muito gratificante para mim e para os meus colegas que me ajudaram na produção. Foi a chave de ouro que faltava para fechar o meu curso na UnB, ainda mais logo depois de ter defendido o TCC com esse mesmo filme”, avalia Catão.

 

Para criar a animação, o formando se inspirou na situação de angústia vivida durante sua passagem por Paris em dezembro de 2015, um mês após a série de atentados terroristas que matou centenas de pessoas na capital francesa. “O filme tinha como principal objetivo apresentar esse sentimento de medo e gerar a angústia e o desconforto que eu senti no momento da minha visita à França, além de tentar mostrar que os ataques não atingem apenas os presentes no local, mas toda a comunidade, que passa a viver em um estado de medo constante”, explica. 

Katabasis é o quarto filme premiado do formando do curso de Publicidade e Propaganda Francisco Catão. Foto: Divulgação/Festival Cel.U.Cine

 

Catão, que se mudou para a Austrália recentemente, acredita que a participação no festival trouxe um estímulo para produzir novos filmes e continuar a aperfeiçoar sua técnica em audiovisual. Além disso, enxerga na iniciativa um passo a mais para quem está entrando no mercado cinematográfico e até para os que já possuem carreira consolidada.

 

CEL.U.CINE – Pioneiro no incentivo a produção e difusão de conteúdos audiovisuais gravados em plataformas digitais, como câmeras de celulares ou digitais, o festival premia com o valor de quatro mil reais os vencedores em três categorias: ficção, documentário e animação. Para se inscrever, os filmes devem ter duração de 30 segundos a três minutos, e a temática é livre.“A plataforma digital é o futuro que já chegou, mas no Brasil essa produção ainda está engatinhando. Eventos assim servem para mostrar que festivais de cinema e curtas ou longas-metragens não precisam ser feitos necessariamente para os cinemas”, comenta o estudante.

 

Os filmes são avaliados por júri composto por profissionais da área, neste ano representado pela atriz Natália Lage, pelo ator e diretor Roberto Bomtempo e pelo cineasta e membro do Conselho Federal Brasil Audiovisual Independente (BRAVI) Marco Altberg. Para Catão, a avaliação positiva feita por profissionais de renome confirma que está no caminho certo. "É uma espécie de garantia de que todos os quatro anos de faculdade e estudos complementares realmente serviram seu propósito”, afirma.

 

 

TRAJETÓRIA – Antes mesmo de cursar Publicidade e Propaganda na UnB, Catão, ainda estudante de ensino médio, fazia trabalhos de produção audiovisual para pequenas empresas a partir do conhecimento que adquiriu desbravando softwares avançados de edição. Já na faculdade, surgiu a oportunidade de estagiar em uma produtora brasiliense, pontapé para que se especializasse na área de animação.

 

Da experiência, surgiram projetos autorais que lhe renderam outras premiações. Com a produção Opaco, foi vencedor na categoria melhor filme e melhor fotografia no Festival de Curtas dos Calouros (Fecuca) de 2013, evento interno da FAC. Também recebeu o terceiro lugar com o curta-metragem Proteja-se no concurso Viva Cazuza, em 2013, além do prêmio, em 2016, de melhor filme com a animação Two Sided Animation, na categoria Criatividade do 60 Second Internacional Film Festival, no Paquistão. Participou, ainda, com seus filmes, de outros festivais nacionais e internacionais, como o IndieWise Virtual Festival, competição em plataforma digital, e o Rural Film Fest El Éden de La Mancha, na Espanha.