Em reunião na tarde do sábado (28), a administração da Universidade de Brasília e o movimento de estudantes que ocupam o prédio da Reitoria retomaram as negociações para a desocupação do prédio.
Durante a conversa, que durou quatro horas, os pontos de reivindicação foram debatidos, e houve concordância sobre a construção coletiva de um acordo e a necessidade de somar esforços para a defesa do ensino superior público, inclusivo e de qualidade.
As negociações foram mediadas por três professores de diferentes unidades acadêmicas, que voluntariamente se colocaram à disposição para colaborar com a construção de um acordo entre a administração e o movimento de ocupação. Compuseram a Comissão de Mediação as professoras Ana Tereza Reis, da Faculdade de Educação (FE), e Elza Noronha, da Faculdade de Medicina (FM), e o professor Roberto Goulart Menezes, do Instituto de Relações Internacionais (IREL). Pela administração, participaram das negociações o chefe de gabinete, Paulo César Marques, a decana de extensão, Olgamir Amância Ferreira, e a assessora de assuntos estratéticos da reitora, Mônica Nogueira.
Os estudantes esclareceram que a ocupação não representa um movimento de oposição à atual administração, mas uma ação direta para denúncia das ofensivas em curso contra a universidade pública no Brasil.
O termo de acordo para desocupação foi firmado na madrugada deste domingo (29), horas depois da reunião de negociações ocorrida no prédio da Reitoria. Os compromissos assumidos visam fortalecer e ampliar mecanismos e canais de participação e controle social já estabelecidos pela administração, como a mesa de negociações sobre a repactuação dos contratos de serviços, a Ouvidoria para denúncias às violações de direitos dos trabalhadores terceirizados e o Fórum Estudantil para a discussão sobre políticas de assistência estudantil e de aprendizagem profissional dos estudantes.
A desocupação do prédio da reitoria ocorrerá na segunda-feira (30), às 9h. Além de firmarem o termo de acordo, os estudantes comprometeram-se em restaurar eventuais danos ao patrimônio decorrentes da ocupação.
Com esse desfecho, princípios que orientam a atual administração são reafirmados, como o diálogo, a transparência e o reconhecimento da pluralidade característica da Universidade.