GESTÃO

Comunidade falou das principais demandas, que incluem descentralização de processos e valorização da interdisciplinaridade

Docentes, técnicos e estudantes da FUP colocaram desafios à administração. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

A reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão, e parte dos decanos e diretores da instituição estiveram, na última sexta-feira (23), na Faculdade UnB Planaltina (FUP). Na visita, os representantes da administração ouviram docentes, técnicos e estudantes sobre as principais dificuldades enfrentadas na unidade, distante cerca de 40 km do campus Darcy Ribeiro. Entre os desafios a serem vencidos, estão a descentralização, a redução da burocracia e a valorização institucional da interdisciplinaridade existente na FUP.

 

Ao contrário de outras unidades, a UnB Planaltina não está estruturada em departamentos – característica que garante intenso diálogo entre as áreas de conhecimento na graduação, na pós e nas atividades de extensão. A FUP se organiza por meio de assessorias: ambiental, de pesquisa, de comunicação, de extensão e de tecnologia da informação.

 

“O problema é que os responsáveis por essas áreas, embora desempenhem funções de chefia, não recebem a gratificação correspondente”, apontou o diretor da unidade, Marcelo Bizerril, durante a primeira parte do encontro. “Sei que a Universidade padece com escassez de funções gratificadas, mas, ainda que o cenário não fosse esse, não seríamos contemplados, devido à nossa estrutura”, acrescentou.

 

Outro problema relatado no encontro foi a excessiva centralização de procedimentos em alguns decanatos. “Gostaríamos de ter mais autonomia. Parece que, muitas vezes, brigamos para trabalhar, pois recebemos ‘nãos’ o tempo todo”, disse o assistente de direção Leandro Evangelista. “Seria muito importante se conseguíssemos desburocratizar a extensão. O campus tem condição de fazer todos os trâmites sem precisar deslocar ninguém até a Asa Norte”, acrescentou o professor Jair Reck.

 

A professora Lucijane Monteiro de Abreu também criticou a demora para a análise de processos e projetos. “Entrei com pedido para minha progressão funcional há um ano”, contou. “Mesmo com a implantação do SEI, ainda precisamos ligar para cobrar retorno. Sugiro que a administração adote como protocolo o envio de respostas, ainda que não resolutivas, para quem está na espera”, disse. Recentemente, uma comissão finalizou nova proposta para a progressão funcional docente, em debate com as unidades acadêmicas. O modelo, informatizado, ainda deve ser submetido à apreciação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe).

 

ASSISTÊNCIA – A estudante Suzy Nascimento, que cursa licenciatura em Ciências Naturais, criticou a lentidão nos processos de concessão de assistência estudantil. “Muitos colegas com dificuldades financeiras acabam desistindo de estudar porque não conseguem chegar, diariamente, na Universidade. Atuar nessa questão é uma das formas de diminuir a evasão”, destacou.

 

A comunidade da FUP também apontou a crescente demanda dos estudantes por assistência médica e psicológica clínica.  “Percebemos muitas pessoas em situação de sofrimento, que precisam de uma rede de apoio”, comentou a pedagoga do Serviço de Orientação Universitária (SOU) na FUP, Márcia Denise.

 

A reitora Márcia Abrahão ressaltou que a saúde física e mental da comunidade acadêmica, em todos os campi, tem sido uma preocupação da administração, que estuda formas de melhorar o acolhimento de alunos, técnicos e docentes. Ela também reconheceu a necessidade dar mais agilidade à assistência estudantil. O Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) está trabalhando na elaboração de novos editais, em parceira com os estudantes.

 

“Estamos trabalhando para promover uma mudança cultural. Infelizmente, na UnB, ainda reina a cultura do ‘não’, o que faz com que os projetos e processos sejam extremamente lentos, não só na área administrativa”, afirmou. “Queremos descentralizar o máximo possível, dar autonomia efetiva para as unidades”, reforçou.

 

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