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Projetado para responder às demandas sociais na redemocratização, Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares prossegue propondo estudos de impacto

 

Mesa de solenidade após exibição do documentário Memória Ceam. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Criado para promover estudos de temas pertinentes para a sociedade, com perspectiva transversal, inter e multidisciplinar, o Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam) da UnB completa 32 anos de atividades em 2018. Instituído na Universidade de Brasília em período que coincidia com o fim dos governos militares e início do processo de democratização do Brasil, o centro foi marcado pela liberdade de cátedra.

 

“Foi criado como uma estratégia para democratizar o conhecimento na sociedade”, descreve Maria Lúcia Pinto Leal, diretora do centro. Sua origem, trajetória e conquistas foram lembradas na tarde desta terça-feira (18), durante a exibição do documentário Memória Ceam. Com 25 minutos de duração, o vídeo produzido em parceria com a UnBTV foi assistido pelo público que se reuniu para o lançamento no auditório da ADUnB, no campus Darcy Ribeiro.

 

Em solenidade após a exibição do filme, o ex-reitor José Geraldo de Sousa Junior, um dos fundadores do Ceam, destacou que a interdisciplinaridade em si não foi inventada pelo centro, mas o modo como foi aplicada, sim. “O Ceam sempre foi uma tradução de horizontalidade, espontaneidade, criação dos núcleos e mediador para novos núcleos. Foi uma novidade, que trabalhou para resistir à tentação centralizadora”, disse.

 

Segundo a reitora Márcia Abrahão, o Ceam é exemplo da resistência do que deve ser uma universidade pública, gratuita e universal. Ela destacou que o Conselho de Direitos Humanos da UnB (CDHUnB) tem grande participação de professores do centro, dada a natureza das pesquisas desenvolvidas. “É muito mais que uma unidade acadêmica”, elogiou.

 

Fundadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Política Social (Neppos) do Ceam, a professora emérita da UnB Potyara Amazoneida afirmou que, além de responder às demandas da época da redemocratização, o centro teve como propósito “resgatar o projeto acadêmico da criação da Universidade de Brasília, com vistas a formar profissionais capazes de transformar a realidade do Brasil”.

Comunidade universitária prestigia lançamento de documentário sobre os 32 anos do Ceam. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Também participaram da mesa principal Neuza Meller, diretora da UnBTV, e o professor Nielsen de Paula Pires, um dos fundadores do centro.

 

LEGADO – Ao longo do documentário, professores e pesquisadores que passaram pelo Ceam compartilharam suas experiências e memórias. Foi o caso da docente Tatiana Lionço, coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Diversidade Sexual e de Gênero (Nedig), que comentou sobre a contribuição dos estudos desenvolvidos no Ceam para a construção de políticas de diversidade na UnB.

 

José Geraldo de Sousa Junior também destacou a participação do Ceam na formulação do Sistema Único de Saúde (SUS). O modelo foi debatido no Núcleo de Estudos em Saúde Pública (Nesp), à época coordenado pelo professor Eleutério Rodriguez Neto.

 

“O Nesp esteve no cerne da proposição do sistema. Como também ocorreu com o Bolsa Escola. Antes de ser uma política pública, já estava sendo debatido no Ceam”, ressaltou. “Isso demonstra que nossos esforços convergiram para que a nossa construção acadêmica pudesse sair do mundo imaginário para alcançar debates de formulação de temas caros à sociedade.”

 

Estruturado em cinco eixos (Direitos humanos; Políticas públicas; Desenvolvimento, meio ambiente e sociedade; Contextos regionais e internacionais; Linguagem, comunicação, cultura e arte), hoje, o Ceam tem 26 núcleos e dois programas de pós-graduação: Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional (PPGDSCI) e Direitos Humanos e Cidadania (PPGDH).

 

Assista a seguir ao vídeo Memória Ceam, produzido em parceria por Ceam e UnBTV.

 

 

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