DIA DO PROFESSOR

Docentes apontam desafios da profissão nos dias atuais. Meta de aperfeiçoamento constante permanece firme, apesar das adversidades

 

Dados consolidados pelo Decanato de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO) da UnB mostram quantitativo atual de professores da instituição. Arte: Igor Outeiral/Secom UnB

 

Na Universidade de Brasília, os cerca de 40 mil estudantes matriculados em cursos de graduação e pós-graduação contam diariamente com tutoria, apoio, conselho e conhecimento de quase 4 mil docentes. Mais de 90% dos professores ativos na instituição têm título de doutor e os resultados disso refletem-se nos números da Universidade: nona melhor do país no ranking da Folha, oitava melhor do país e uma das mil universidades mais relevantes do mundo, segundo o Times Higher Education (THE), e única do Distrito Federal com cursos nota cinco na mais recente avaliação do Enade.

 

Boa parte dos critérios que mensuram essas conquistas medem desempenhos das pessoas que compõem a Universidade, entre elas, estão os docentes. Profissionais de uma área que exige paixão, os professores dedicam a vida à arte de ensinar e o fazem "com muito gosto", nas palavras do docente da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV) Cristiano Barros de Melo. Ele leciona na UnB há 12 anos e enxerga como maior desafio do atual professor universitário o equilíbrio entre a autoridade da figura docente e a juventude cada vez maior dos alunos.

 

Dados do DPO apontam que, com o passar dos anos, há mais professores com doutorado e titulares. Arte: Igor Outeiral/Secom UnB

 

professora emérita Maria Stela Grossi Porto, do Departamento de Sociologia (SOL), está ligada à UnB desde 1986. Para ela, os desafios ao exercício da docência no ensino superior estão ligados, em grande parte, às mudanças da própria sociedade. "Essa mudança está relacionada com o aumento da demanda de saber. Nossos alunos chegam mais bem informados, de modo geral, sobre tudo o que acontece", opina.

 

Leonardo Cavalcanti, professor do Departamento de Estudos Latino-Americanos (ELA), acredita que o principal desafio está em permanecer antenado às novas tecnologias. "É preciso utilizar o que já é visto pelos estudantes como ferramenta para obter informações.”

 

Neste 15 de outubro, a reitora Márcia Abrahão também lembrou do início de sua atuação como docente na UnB, há 23 anos, e de como as atividades de professor mudaram com o passar do tempo, impulsionadas, principalmente, pelo advento e popularização da tecnologia, além da pressão cada vez maior de aliar a docência com qualidade e criatividade à produção acadêmica de alto nível.

 

>> Reitoria divulga carta em homenagem aos professores

 

“A Universidade cresceu, se tornou mais diversa, e nossos estudantes, mais conectados. Nossos desafios na docência, na pesquisa e na extensão são ainda mais complexos”, disse. Ela também parabenizou a atuação dos professores da Universidade. “A UnB é hoje uma das melhores instituições de ensino superior do Brasil, em grande parte, graças ao trabalho diuturno de nossos professores. Nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, eles se dedicam não apenas a transmitir conhecimento acadêmico de alto nível, mas também a oferecer uma formação cidadã e consciente, tão importante no momento atual. Fazemos a diferença."

 

UnB EM NÚMEROS Em setembro de 2018, a UnB possuía 3.733 docentes, desses, 983 aposentados, 2.543 do quadro permanente e 207 temporários – categoria que pode incluir professores substitutos e visitantes. 

 

De acordo com dados consolidados pelo DPO, 2016 foi um ano com destaques em movimentações na taxa de professores ativos e inativos. Arte: Igor Outeiral/Secom UnB

 

Dados do Censo da Educação Superior 2017, do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), apontam a existência de pouco mais de 380 mil docentes de magistério superior no país. Desse total, mais de 170 mil trabalham na rede pública. Cerca de 2,19% deles está na Universidade de Brasília.

 

Quando se trata de escolaridade média dos professores, o mesmo censo coloca a UnB muito à frente. No ano passado, 24,2% dos professores de ensino superior na rede privada tinham doutorado. Na rede pública, o percentual sobe para 62,3%. Na Universidade de Brasília, mais de 90% dos docentes já concluíram seus doutorados.

 

Até o mês de setembro, a UnB já agraciou cinco professores eméritos ao longo de 2018. Em todo o ano de 2017, foram seis. O título é oferecido a docentes aposentados que tenham alcançado grande projeção e dado contribuições relevantes às suas áreas. O número constante de profissionais reconhecidos reflete a dedicação dos docentes, engajados não apenas com a transmissão, mas com a geração de conhecimento. Segundo dados mais recentes do anuário estatístico do Decanato de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO), em 2016 foram quase 16 mil os registros de produções intelectuais bibliográficas, técnicas e artísticas na Universidade.

 

“Só me aposentei porque me aposentaram pela lei”, ri a professora emérita Maria Stella. Ela atuou como docente até as vésperas de sua aposentadoria compulsória e há um ano e meio dedica-se à coordenação do Núcleo de Estudos Sobre Violência e Segurança (Nevis/Ceam) da UnB. Convicta da relevância do papel do professor como difusor do conhecimento na sociedade, ela completa: “Somos parte das instituições habilitadas a fazer pesquisa para a transformação da sociedade pelo conhecimento. Defendo isso como mecanismo de mudança.”

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