ÓRGÃOS COLEGIADOS

Colegiado máximo da instituição manifestou "profunda indignação" com ameaças à autonomia universitária e pediu providências cabíveis à Administração Superior e ao Governo Federal

 

Reunião extraordinária do Conselho Universitário da UnB repudia ataques sofridos pela instituição. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB

 

O Conselho Universitário (Consuni) aprovou, na última quarta-feira (18), moção de repúdio aos ataques sofridos pela Universidade de Brasília (UnB) por parte do ministro da Educação, Abraham Weintraub. Na reunião, convocada extraordinariamente por conta da crescente ofensiva de Weintraub, os conselheiros reiteraram a recomendação, já feita pelo Conselho de Administração, para que a Administração Superior tome as "medidas cabíveis para a reparação dos danos causados à instituição". Também reforçaram o apoio às diferentes ações da gestão da Universidade.

 

>>> Leia a íntegra da moção do Consuni.

 

A reitora Márcia Abrahão fez um retrospecto sobre as ações do ministro na ofensiva contra as universidades, em especial à UnB, desde abril. Trouxe esclarecimentos sobre notícias datadas e/ou com informações equivocadas e imprecisas compartilhadas por Weintraub e mencionou os questionamentos feitos a ele por deputados, durante audiência na Comissão de Educação da Câmara, na semana passada.

 

"Parlamentares de várias legendas têm sido muito solidários conosco. Na Câmara, eles questionaram o ministro sobre uma agenda com o ministro do TCU [Tribunal de Contas da União] Walton Alencar Rodrigues, na qual teria sido feita pressão pela não aprovação das contas da UnB, consideradas regulares pela área técnica do Tribunal, cujo parecer é público no portal do TCU", explicou a gestora.

 

"O ministro Walton é muito sério, ex-aluno da UnB, inclusive. Se essa agenda realmente ocorreu, esperamos que ele não atenda à demanda, que abre um precedente perigoso em nosso país."

 

INDIGNAÇÃO – Diversos conselheiros manifestaram revolta com ataques e notícias falsas envolvendo a imagem da Universidade, feitos, inclusive por membros da comunidade universitária. "Uma coisa é a boataria 'de corredor', que sempre existiu. Outra é a disseminação de fake news na internet. É preciso haver decoro e compostura na função que exercemos como servidores públicos, e as pessoas precisam ser instadas pelo Consuni a provar o que dizem", defendeu a diretora do Instituto de Física, Fátima Makiuchi.

Conselheiros manifestaram revolta com os ataques sofridos pela Universidade. Foto: Audrey Luiza/Secom UnB

 

O vice-reitor Enrique Huelva lembrou que é preciso ter cautela, pois há limitações na atuação do Consuni. "Este conselho não tem papel investigativo ou disciplinar. Existe como instância recursal da Universidade nesses casos e assim deve ser preservado."

 

O chefe da Procuradoria Federal junto à UnB, Tiago Coutinho, também esclareceu que há limitações para a atuação institucional da Universidade no campo judicial. "Na AGU [Advocacia-Geral da União], há a recomendação de que, antes do ingresso de uma ação de um órgão público contra outro, é preciso haver uma câmara de conciliação. Também é necessária uma autorização do ministro de Estado, no caso, o próprio advogado-geral da União", detalhou.

 

O presidente da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), Luis Antonio Pasquetti, relatou que a entidade pediu a demissão de Weintraub. "Essa escolha é uma prerrogativa do presidente da República, mas entendemos que esse ministro passou dos limites. Tudo que fala sobre docentes é extremamente ofensivo e demonstra o quanto não trabalha pela educação."

 

Caio de Sousa, membro do Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães, defendeu maior mobilização estudantil na divulgação do que é produzido pela Universidade. "É fundamental que a gente derrube a narrativa mentirosa do governo. Essa agenda com o TCU, se confirmada, é algo gravíssimo, porque destrói a instituição", destacou o estudante.

 

Para o servidor técnico Dario Palhares, a estratégia do Weintraub gera um "efeito manada" entre seus seguidores: "Ele se fortalece no poder falando de coisas que são secundárias e trabalhando com a disseminação de notícias falsas".

 

IGC – Nos informes, a reitora relatou que a Administração protocolou recurso para revisão do conceito atribuído pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) à UnB na avaliação divulgada na última semana. A instituição teve o conceito diminuído de 5 para 4 por menos de um milésimo e argumenta que houve erro em dados da pós-graduação.

 

"O Inep nos disse que as informações foram passadas pela Capes, então, estamos em contato com a diretora de Avaliação da agência, professora Sônia Báo, e com o presidente da Capes, Anderson Correia, para compreender o que ocorreu. Também tenho agenda com o vice-presidente do Inep esta semana", pontuou a reitora. Os decanos de Ensino de Graduação, Sérgio de Freitas, e de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi, estiveram com a área técnica do Instituto buscando entender onde houve a falha.

Secretário de Comunicação (Secom), Paulo Schnor, e chefe da editoria de Design da Secom, Marcelo Jatobá, apresentaram logo da campanha institucional de 2020: UnB no coração de Brasília. Foto: Audrey Luiza/Secom UnB

 

CAMPANHA – O Consuni também conheceu a marca e o mote da campanha institucional de 2020: UnB no coração de Brasília, inspirada nos 60 anos da capital, a serem celebrados em abril do próximo ano. "Brasília é ponto de encontro de brasileiros e brasileiras, e a UnB, portanto, a confluência de estudantes de todo o país. Isso está no nosso DNA", mencionou o secretário de Comunicação (Secom), Paulo Schnor.

 

A marca foi inspirada em traços da arquitetura e do urbanismo da cidade associados à logo da campanha institucional UnB, sua linda e à própria marca da UnB. "Continuamos dando destaque ao sentimento de acolhimento e afeto, característico de nossa comunidade", disse o chefe da Editoria de Design da Secom, Marcelo Jatobá.

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