INTERNACIONAL

Ativista pelos Direitos Humanos e ganhador do Nobel da Paz em 1980, professor argentino Adolfo Pérez Esquivel salientou missão social da educação

 

“A universidade tem responsabilidade de gerar consciência crítica de valores para a liberdade”, afirmou o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, que esteve no campus Darcy Ribeiro da UnB nesta terça-feira (14). O ativista pelos direitos humanos ministrou aula pública em evento da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), no auditório da organização. Estudantes, docentes e servidores participaram da atividade. 

“Em mais de 50 anos de docência, é sempre um desafio saber para que educamos”, disse Esquivel, que é professor na Universidade de Buenos Aires. “Nós compartilhamos o conhecimento, mas é preciso ter cuidado. É um risco formar bons arquitetos, engenheiros, médicos, que saiam da universidade com mentes de escravos, para um sistema de dominação. Temos que construir um novo pensamento. Paulo Freire nos ensinou a educação como prática de liberdade”, manifestou.

Convidado a falar sobre educação e democracia no século XXI, Esquivel abordou o assunto no ponto de vista dos países latino-americanos. “A democracia se constrói na pluralidade, diversidade e riqueza dos povos. A população deve ter a capacidade de mudar os mandatos e o poder judiciário para que estejam a serviço da justiça e do povo, e não das grandes corporações econômicas”, opinou.

Ao lado do professor Jacques de Novion, o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel falou ao público reunido no campus Darcy Ribeiro. Foto: Gabriela Brito/ADUnB

 

SOBRE Adolfo Pérez Esquivel recebeu o Nobel da Paz em 1980 por lutar contra as ditaduras militares na América Latina. Por sua atuação na defesa dos direitos humanos, foi preso e torturado na Argentina em 1977 e chegou a ser preso duas vezes no Brasil, em 1975 e em 1981.

“Direitos humanos e democracia são valores indivisíveis. Se violam os direitos humanos e os direitos do povos, a democracia desaparece. É uma responsabilidade nossa”, salientou.

Vice-presidente da ADUnB, o professor do Departamento de Estudos Latino-Americanos (ELA) Jacques de Novion afirmou o compromisso da nova gestão na retomada dos grandes debates e diálogos dentro da Universidade de Brasília. "Nosso intuito é fortalecer as lutas e ações coletivas neste momento de grande ameaça à educação pública.” A Associação planeja realizar outros eventos ao longo do semestre.

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