Durante a pandemia do coronavírus (SARS-Cov2), uma das práticas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é o isolamento, para achatar a curva de transmissão da doença. Com isso, a rotina das pessoas é alterada e novos hábitos precisam ser adotados para adaptar a vida ao cenário atual. Entre os cuidados que precisam ser tomados, está a atenção ao bem-estar mental.
Pressão psicológica e estresse são duas situações recorrentes diante da incerteza provocada pela disseminação da Covid-19. O isolamento e a falta de contato com o mundo podem gerar o agravar sofrimentos psíquicos.
Uma das principais dicas para lidar com a situação e o medo de contágio é buscar informação em fontes fidedignas. A coordenadora de Articulação de Rede para Prevenção e Promoção da Saúde (Co-Rede) da Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu/DAC), Josenaide Santos, sugere que as pessoas busquem se manter informadas sobre medidas de segurança e de cuidado. "Seja seletivo e escolha um momento do dia para ter acesso à informação, de preferência, de fonte segura."
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Ações como manter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos, e estar em contato (não presencial) com família e amigos, além de estabelecer horários e rotina, podem ajudar no atual momento da sociedade.
Luiz Fernando Silva, estudante do quarto semestre de arquitetura, conta que tem aproveitado o tempo para jogar videogame, mas ainda não conseguiu se organizar. "Também tenho feito bolos e exercícios de musculação em casa e quero fazer alguns cursos voltados para a minha área, algo que planejo já há algum tempo." Além disso, ele medita pela manhã e à noite "para ajudar na ansiedade", disse, em entrevista em modo remoto.
DICAS – Quem tem crianças em casa deve, sempre que possível, incentivá-las a continuar brincando e socializando, mesmo que somente em casa. É normal que elas passem a buscar mais os pais e tentem entender a situação. Para ajudar a diminuir as preocupações dos pequenos, a sugestão é falar com eles de forma franca e com linguagem simples.
Idosos são o grupo social mais ameaçado pela disseminação do vírus. Portanto, ofereça apoio emocional por meio de ligações ou outros meios seguros de contato. Para se tranquilizar e tranquilizar o idoso, busque se preparar com antecedência sobre as possíveis formas de buscar ajuda, ou prover medicamentos e refeições, por exemplo.
Cynthia Rocha, nutricionista da Co-Rede, lembra que as mudanças de rotina não planejadas contribuem para o aumento da ansiedade e um dos resultados possíveis é o de as pessoas acabarem recorrendo a alimentos ricos em açúcar. "As pessoas devem comer alimentos integrais. Eles ajudam a manter os níveis de açúcar no sangue e, consequentemente, o humor", recomenda.
Com o isolamento, muitos profissionais passaram a fazer transmissões em redes sociais para distrair ou ajudar quem também está em casa. É possível achar aulas de ioga, exercícios funcionais, receitas e até contações de história para entreter os mais novos.
Para os trabalhadores, os desafios na execução do trabalho remoto podem ser atenuados com o estabelecimento de uma rotina. A psicóloga e ex-aluna da UnB, Tamires Mascarenhas, recomenda manter a disciplina para aqueles que têm sentido que, apesar do tempo gasto no trabalho, ele não rende. "Tente estipular um tempo para realizar cada tarefa lembrando de fazer pequenas pausas, caso se sinta sobrecarregado."
BUSQUE AJUDA - Na Universidade de Brasília, estudantes, docentes, técnicos administrativos, estagiários e terceirizados podem buscar apoio junto à Dasu, que disponibiliza canais de atendimento que visam o acompanhamento individual de saúde mental.
Para ser atendida, a pessoa deve mandar um e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e indicar um contato para que a Diretoria possa agendar, de maneira virtual, o atendimento. A pessoa deve descrever no texto qual é a demanda de atendimento. Está também em andamento a construção de uma parceria com o Conselho Regional de Psicologia, que lançou um edital buscando voluntários para realizar os atendimentos.
Seis estudantes e um docente já buscaram o canal disponibilizado pela Dasu, desde seu lançamento. Entre os principais pedidos, estão a atenção para os níveis de ansiedade e de estresse durante o período. "Dessa forma, estamos nos organizando para articular espaços de fala coletivos, Terapia Comunitária para quem tiver interesse e acolhimento individual para os que apresentarem mais sofrimento psíquico", conta Cristineide França, psicóloga da UnB e coordenadora de Atenção Psicossocial da UnB.
Professora do Instituto de Psicologia (IP) e diretora da Dasu Larissa Polejack adianta que as coordenações da diretoria também estão se organizando para oferecer, em breve, ações de promoção à saúde on-line.
Não fique em sofrimento, não deixe que a ansiedade e o estresse dominem. Busque ajuda e lembre-se: vai passar.
Assista a vídeo produzido pela UnBTV em que a professora do Instituto de Psicologia e diretora da Dasu Larissa Polejack fala sobre medidas para manter a saúde psíquica nesse período:
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