EMPREENDEDORISMO

Estudantes foram selecionados para evento na Dinamarca em um universo de 2,5 milhões de inscritos

Foto: Reprodução

 

Um grupo de alunos da Universidade de Brasília teve a oportunidade de participar da primeira Copa do Mundo de Startups Universitárias, realizada na Dinamarca. Eles ficaram entre os 50 finalistas – escolhidos entre 2,5 milhões de estudantes de aproximadamente 4 mil instituições –, e concorreram ao prêmio de 50 mil dólares com times de outros 23 países.

 

Juliana Martinelli, André Mitsuo, Lorena Tameirão e Eduardo Gonzalez, todos alunos de Engenharia Elétrica da UnB, foram a Copenhague apresentar sua empresa, InovaHouse, que pesquisa maneiras de implementar o conceito de sustentabilidade na tecnologia 3D e nas impressoras voltadas para a construção civil.

 

Junto com a estudante Bruna Figueiredo, do curso de Engenharia Civil, pretendem inovar nesse campo e, nos próximos anos, utilizar a impressão 3D para tornar o sonho da casa própria viável, inclusive, para pessoas de baixa renda.

 

“Todos os membros da InovaHouse se conheceram através do Movimento Empresa Júnior. A UnB desempenhou um grande papel ao criar um ambiente empreendedor propício para reunir pessoas que querem causar impacto na sociedade. E, com o apoio do Departamento de Engenharia Elétrica e da Finatec, acreditou na ação e possibilitou nossa viagem para Dinamarca”, afirma a CEO, Juliana Martinelli.

Alunos que representaram a InovaHouse na Copa do Mundo de Startups. Foto: Arquivo pessoal

 

Segundo a estudante, a empresa quer viabilizar construções mais rápidas, seguras, baratas e que gerem menos lixo. Tudo isso por meio do uso de material sustentável similar ao concreto e da tecnologia de impressão 3D que, de acordo com estudos, reduziria 50% do valor da obra e seria capaz de produzir aproximadamente três casas com cerca de 30m² em um dia.

 

“Fazendo isso, as famílias que recebem de três a sete salários mínimos poderão adquirir sua casa própria. Para aqueles que ganham até três salários mínimos, a empresa terá um fundo e um banco de dados para oferecer um local para que essas pessoas possam morar, atendendo suas necessidades básicas. Mas isso é um plano para o futuro”, explica Juliana, que está no sexto semestre do curso.

 

A ideia do grupo é que os primeiros projetos sejam realizados na capital brasileira. O Distrito Federal possui uma das maiores favelas do Brasil, no Setor Habitacional Sol Nascente. Porém, os estudantes precisam de parcerias com empresas de construção civil, cooperativas de entulho, laboratórios de testes em materiais da construção e de automação.

 

“Para o futuro, pretendemos nos unir a instituições nacionais focadas em sustentabilidade e inteligência em edificações, pois queremos introduzir esses conceitos em nossas casas”, revela Juliana. “E precisamos de apoio do governo para atuar junto às comunidades".

Estudantes brasileiros e indianos em competição internacional. Foto: Arquivo pessoal

 

COPA DE STARTUPS – Em Copenhague, entre os dias 14 e 18 deste mês, os estudantes da UnB participaram de palestras, workshops, visitas técnicas e apresentações para jurados e investidores. E voltaram pra casa com uma boa experiência na bagagem.

 

“Apesar de não termos sido os vencedores, nossos ganhos foram imensuráveis. Muitos workshops com empreendedores de peso e personalidades, como o ministro do Desenvolvimento e a princesa da Dinamarca, abriram nossos olhos e já melhoraram nosso modelo de negócio. Na visita técnica, a empresa Gaia Solar demonstrou muito interesse em ser parceira nesse projeto”, conta a estudante.

 

Segundo a CEO da InovaHouse, o principal feedback que tiveram ao longo dos cinco dias de evento foi quanto à necessidade de desenvolverem uma etapa intermediária para fortalecer a tecnologia a ser utilizada no projeto.

 

Os próximos passos, portanto, serão introduzir a impressão 3D no dia a dia das pessoas do Distrito Federal, em produtos como itens de decoração e acessórios – brincos, anéis, capas de celular, ímã de geladeira, vasos, brinquedos –, e aprimorar e testar novos componentes (madeira, outros plásticos, vidro, cerâmica) ao longo do tempo. “Entendendo melhor esses elementos e a máquina, finalizaremos o desenvolvimento do material que será utilizado na construção das casas”, conclui Juliana Martinelli.

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