INSTITUCIONAL

350 novas câmeras de segurança já começaram a ser instaladas

 

Pesquisa da Secretaria de Segurança Pública aponta caminhos para melhorar a sensação de segurança nos campi. A Faculdade de Ceilândia (FCE)  fez parte da avaliação. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Seguindo indicadores apontados por pesquisa elaborada pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), a UnB iniciou esta semana a instalação de 350 novas câmeras de segurança nos quatro campi da instituição. O primeiro lugar a receber o equipamento foi a Biblioteca Central (BCE), no Darcy Ribeiro. A previsão é de que a instalação esteja finalizada em dois meses.

O estudo da Secretaria foi encomendado pela administração da UnB e aponta possíveis soluções a vulnerabilidades identificadas nos campi da Universidade em Ceilândia, Gama, Planaltina e Asa Norte. Cerca de 50 mil pessoas circulam diariamente nos quatro campi, que contam com 732 agentes de segurança para atuar na área total da Universidade. Quase 3 mil pessoas foram ouvidas na pesquisa. O relatório final, intitulado Diagnóstico da Segurança na UnB, revela fragilidades, na visão dos entrevistados.

Entre as soluções elencadas pela SSP-DF, estão desde medidas simples, como retirada de árvores, instalação de quebra-molas e troca de postes de iluminação altos por outros mais baixos, até ações mais estratégicas, como a elaboração de uma política de segurança consistente e integradora.

“Estamos fazendo o que sempre fizemos: unir a tecnologia à ciência para dar um retorno à sociedade, com uma pesquisa de excelência voltada para o bem-estar da população”, ressalta a reitora Márcia Abrahão. 

CÂMERAS – O trabalho dos técnicos vai orientar a tomada de decisões da gestão da UnB a respeito do tema. A instalação das câmeras é um exemplo. “Os dispositivos serão instaladas nos locais indicados pelo estudo como manchas de criminalidade, ou seja, onde há maior número de ocorrências”, explica Valdeci Reis, prefeito do Campus.

O objetivo é reduzir o número de ocorrências e aumentar a sensação de segurança nos campi. Uma vez finalizada a instalação das câmeras, as imagens serão monitoradas em central localizada no Darcy Ribeiro. Ao ser captada alguma ocorrência pelas câmeras, será feito comunicado via rádio para enviar carro ao local.

“A ideia é imprimir celeridade ao atendimento das ocorrências”, avalia o prefeito. Além disso, há proposta da SSP-DF de cooperação com a UnB para o acompanhamento compartilhado das imagens referentes às áreas ao redor dos campi, de forma a integrar a ação dos seguranças da Universidade com a Polícia Militar.

“Na UnB, pensamos a segurança articulada à política de direitos humanos”, destaca Márcia Abrahão, lembrando o papel desempenhado pelo Comitê de Segurança da Universidade. Presidido pela reitora, o órgão está ligado ao Conselho de Direitos Humanos (CDHUnB) e envolve membros da comunidade e da Secretaria de Segurança Pública do GDF.

 

Entre outros aspectos, pesquisa da Secretaria de Segurança Pública aponta que comunidade se sente menos segura fora do que dentro dos campi da Universidade. Arte: Secom UnB

 

MODERNIZAÇÃO – “O estudo demonstrou uma demanda da sociedade por mais segurança e servirá para a modernização da UnB nessa área”, observa a reitora Márcia Abrahão.

O principal problema indicado pela comunidade está nos arredores dos campi no período da noite – 91,6% opinaram assim. De acordo com o estudo, numa escala de insegurança, os frequentadores da Faculdade de Planaltina são os que se sentem mais vulneráveis, seguidos pelo público do Gama, de Ceilândia e do Darcy Ribeiro.

No campus da Asa Norte, que tem sozinho quase 40 mil estudantes, foram identificados três pontos com maiores concentrações de indicação de insegurança. As áreas consideradas menos seguras foram a subida para a L2 Norte – próxima ao ponto de ônibus da 407 –, o estacionamento do ICC Norte e a Colina, perto da entrada da quadra.

“Esses dados nos mostram os locais onde as pessoas se sentem menos seguras, mas não indicam que necessariamente sejam aqueles com mais ocorrências registradas”, explica Allan Ribeiro, coordenador da Subsecretaria de Gestão da Informação da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF). “No estacionamento do ICC Norte, por exemplo, a maior ocorrência é de furtos a veículos. Já no acesso à L2, furtos e violência contra pessoas”, esclarece.

A subnotificação é um dos problemas apontados pelo relatório e indica a necessidade de uma política de segurança institucional que seja desenvolvida em conjunto com a comunidade. Dos mais de 10 mil eventos violentos ocorridos em áreas da UnB ou adjacentes em 2017, mencionados na apresentação da SSP-DF, apenas 1.313 foram informados à polícia ou à UnB. Entre essas ocorrências estão desde casos de discriminação de gênero até sequestros.

A comunidade é um ajudante no sistema de vigilância, como aponta o prefeito do Campus, Valdeci Reis. “É de tal valia que pode ajudar a reduzir as ocorrências, da mesma forma que ocorre nas cidades em que a comunidade ajuda a denunciar”, comenta.

FCE – Quando se considera o campus de Ceilândia, que tem área de 199,5 m², são mais de 2.500 alunos que convivem com apenas um ponto crítico na segurança: a parada de ônibus da Avenida Elmo Serejo, ponto de ação para criminosos que buscam itens como notebooks, celulares, bolsas e mochilas. O local possui facilidade de acesso e rota de fuga rápida, além de ser fora dos limites da Universidade, onde os agentes de segurança não podem atuar.

A sugestão do órgão que apresentou a pesquisa foi que a UnB formalize um pedido às instituições competentes para alterar o local da parada, deixando-a o mais próximo possível dos prédios de aulas. Outra possibilidade seria a encapsulação da parada. “Essa medida dificultaria o acesso dos criminosos às vítimas”, acrescenta o especialista Marcelo Durante, também da SSP.

FGA – No campus da Faculdade do Gama foram identificados três pontos críticos que demandam mais atenção. A área de parada de ônibus possui as mesmas fragilidades daquela da FCE. Além disso, os estacionamentos têm concentração de lixo. Estes chamados “pontos de desordem” geram o fator imprevisibilidade, característica encontrada em ambientes inseguros.

Há a presença de restos de entulho e material de construção, que são potenciais oportunidades de esconderijo para bandidos que podem ameaçar a segurança da comunidade acadêmica.

FUP – O ponto crítico identificado pela SSP para o campus de Planaltina situa-se fora da Universidade, ao longo da via que liga a UnB à avenida onde param as principais linhas de ônibus. Mais uma vez, os bandidos se aproveitam da potencialidade de alto valor dos bens carregados pelo público universitário, como laptops e smartphones.

A Secretaria recomendou também, como ação complementar, que a administração instale grades separando a área de mata do campus, como maneira de minimizar as rotas de fuga dos criminosos.

De posse das informações apresentadas pelos especialistas, a prefeitura da UnB montou um plano de ação que já está sendo executado. "Com a parceria mostrando resultados eficazes e o aval da administração superior, nossa expectativa é promover cada vez mais medidas integradas”, diz o prefeito do Campus.

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