Com a concepção de arquitetura industrial, o novo prédio da Faculdade de Tecnologia (FT) da UnB abriga a mais recente Unidade de Laboratórios de Ensino de Graduação (Uleg) da instituição. Dezenas de pessoas participaram da cerimônia de inauguração nesta quarta-feira (5), entre representantes da administração superior e da comunidade acadêmica.
Os mais de quatro mil graduandos em engenharias poderão desfrutar, a partir do primeiro semestre de 2019, de uma infraestrutura voltada exclusivamente às atividades práticas e extracurriculares da graduação. Com 2.400 metros quadrados, a edificação conta com nove laboratórios, duas salas de informática, uma de projetos, uma de tutoria e um espaço de inovação.
“Esse é um momento muito significativo para uma universidade que pretende formar cada vez mais novos engenheiros de alto nível”, ressaltou a reitora Márcia Abrahão durante a solenidade. Como a construção teve início com a Reestruturação e Expansão das Universidades Federais Brasileiras (Reuni), Márcia agradeceu aos ex-reitores que lhe passaram a missão de retomar esta obra, que dá continuidade à expansão da UnB.
As unidades de laboratórios de ensino de graduação atendem a uma demanda de modernização do ensino superior. “Os edifícios foram pensados de forma que pudessem ser replicados com agilidade, mas também com flexibilização do leiaute, de acordo com as necessidades de cada área”, informou a secretária de Infraestrutura (Infra), Helena Zanella.
O descerramento da placa de inauguração foi feito pela reitora, pelo diretor da FT, Márcio Muniz e pelo vice-diretor, Alexandre Romariz. A atual direção prestou uma homenagem ao ex-diretor Antônio César Brasil, que participou da concepção da Uleg. “A proposta de sua função pedagógica foi discutida em diferentes conselhos da Faculdade”, mencionou Brasil. Para ele, o espaço inaugura um novo processo de formação dos estudantes.
ENGENHEIROS DO FUTURO – A oportunidade de rever o projeto pedagógico é uma das principais contribuições da nova unidade, para o diretor Márcio Muniz. “É preciso resgatar a inovação no ensino de graduação. A tarefa mais difícil agora será mudar a concepção didática”, defendeu.
Com oito salas e uma oficina, o espaço de inovação irá agrupar as equipes de competição da Faculdade de Tecnologia. “É um ambiente de coworking que facilitará a interação entre os times da FT, que atualmente conta com seis grupos, três ligados a automóveis e três à robótica”, detalhou.
O laboratório central de computação científica ganhou novas salas, algumas com capacidade para mais de 100 alunos. “Hoje em dia, todos os cursos usam programas de simulações. São laboratórios virtuais que complementam os físicos”, relatou.
Uma das novidades é o laboratório de metodologias ativas, que permitirá o envolvimento dos estudantes com demandas práticas. “Eles poderão desenvolver novas habilidades, como liderança, comunicação, trabalho em equipe, gestão de projetos e empreendedorismo.”
Professor de Engenharia Mecânica, Luis Augusto Veloso irá coordenar o laboratório de mecânica dos solos, voltado para os ensaios das disciplinas da área. “Será possível realizar experimentos e aulas práticas, permitindo que os alunos visualizem as hipóteses e interiorizem o conhecimento."
Estudante de Mecatrônica, Debora Ferreira dos Santos está satisfeita com o espaço destinado à equipe de robótica UnBeatables. “Agora, com uma sala própria, podemos fazer os testes com mais tranquilidade e nos preparar melhor para as competições”, opinou.
INVESTIMENTO – A segunda fase da obra, retomada em 2016, teve um custo final atualizado de R$ 5.262.154,73. Ao todo, a edificação custou cerca de dez milhões de reais.
O prédio foi projetado seguindo padrões de acessibilidade e conta com rampas, guarda-corpos, plataforma giratória e piso tátil.
Há, ainda, sistema de ar-condicionado central automatizado e dois transformadores de energia. Além disso, a unidade possui nova área de estacionamento, para atender mais de 100 veículos.
Embora algumas salas já estejam sendo ocupadas, o diretor Márcio Muniz afirma que ainda são necessários alguns ajustes, como energia bifásica para os equipamentos, instalação de câmeras de segurança e compra de novos maquinários e mobília.
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