Entrar na universidade é uma grande conquista e representa também o início de um ciclo para muitos jovens, que deixam a escola ao término do ensino médio. Tal momento vem repleto de euforia e expectativa, mas, muitas vezes, esses agora universitários se deparam com dificuldades no novo ambiente. Como contornar isso e garantir que todos concluam a graduação com sucesso?
Foi a partir desse questionamento que a Universidade de Brasília realizou um diagnóstico acerca dos principais pontos de melhora em acolhimento e acompanhamento de estudantes de graduação. O resultado é a Política Integrada da Vida Estudantil, um documento com cinco eixos norteadores que vai orientar as ações da instituição a esse respeito.
“Percebemos que a UnB possui diversos mecanismos de apoio aos estudantes – por exemplo, ações do Decanato de Ensino de Graduação, do Decanato de Assuntos Comunitários, grupos de extensão ou iniciativas de docentes em suas unidades. O problema é que há pouca integração desses esforços”, explica o professor Diego Madureira, que presidiu a comissão responsável pelo diagnóstico.
Como consequência, as iniciativas acabam por não contemplar algumas particularidades da vivência dos estudantes da Universidade. “O grande diferencial da política integrada é que ela considera o aluno não apenas dentro de sala de aula, mas em todos os aspectos da vida”, comenta o decano de Ensino de Graduação, Sérgio de Freitas.
Cada um dos eixos norteadores faz referência a um grupo de atenção a ser aprimorado pela instituição. Por exemplo, uma das fragilidades verificadas foi na comunicação junto aos estudantes, que, muitas vezes, não têm conhecimento de seus direitos e deveres como discentes. “Isso, muitas vezes, se reflete em indicadores de evasão e retenção”, afirma Diego.
DESDOBRAMENTOS – O professor e os outros membros da comissão estão trabalhando agora em um plano de ação – com estratégias e métricas definidas para melhorar o acolhimento e o acompanhamento dos estudantes. “A ideia é que possamos submeter isso, e a política como um todo, aos conselhos superiores, para termos um caráter ainda mais institucional”, projeta.
Mesmo ainda em fase de consolidação, a política já vem inspirando ações, como é o caso de um edital conjunto elaborado pelos decanatos de Ensino de Graduação (DEG), de Extensão (DEX) e de Assuntos Comunitários (DAC). A chamada pública, aberta até 1º de abril, é direcionada às unidades acadêmicas, para que planejem ações de estímulo à permanência dos estudantes. Os institutos e faculdades devem propor ao menos três ações e podem ter auxílio financeiro para o pagamento de até nove bolsas.