Um milhão e meio de itens, um acervo digital de 52 mil documentos, acesso a 15 bases de dados, cerca de 3,5 mil usuários por dia e espaço de estudo para mais de 2 mil pessoas, sentadas. Esses são alguns dos números da Biblioteca Central (BCE) da Universidade de Brasília, apresentados aos membros do Conselho Universitário (Consuni) na primeira reunião do colegiado este ano, na sexta-feira (22). O balanço trouxe detalhes sobre ações e melhorias implementadas na BCE nos últimos dois anos.
Algumas das medidas descritas pelo diretor da BCE, Fernando Leite, foram a aquisição de novas bases de dados e a instalação de 208 tomadas em mesas individuais de estudo. "Isso pode parecer trivial, mas era uma grande questão. O modo de se estudar e produzir conhecimento mudou muito e, hoje, está profundamente associado à tecnologia e, consequentemente, à eletricidade", explicou Fernando. A esse respeito, também está em curso a instalação da subestação de energia da biblioteca, uma antiga demanda da unidade, licitada no final do ano passado.
Segundo o diretor, todas as ações foram feitas com o apoio da equipe de servidores, que ajudou a identificar os maiores desafios e a estabelecer prioridades. Um exemplo foi a integração entre os sistemas da Universidade e os da BCE. "Todos os semestres, os servidores tinham que recadastrar todos os estudantes da instituição, o que gerava filas e um retrabalho enorme. Hoje, isso não existe mais", destacou Fernando.
O diretor também mencionou a reconfiguração dos níveis de ruído nos diferentes espaços da BCE, uma demanda identificada a partir de pesquisa realizada com os usuários da BCE. Outras medidas de destaque foram a adequação às normas do Corpo de Bombeiros, a abertura ininterrupta em dias úteis e a criação do Espaço de Pesquisa e Oficinas Pagu e do Espaço Direitos Humanos.
"A apresentação é sensacional e mostra o quanto a biblioteca se tornou também um espaço lúdico. Vamos passar isso para nossos alunos, porque há muitas coisas das quais nem nós sabíamos", comentou a professora Liliane Machado, da Faculdade de Comunicação (FAC).
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SEGURANÇA – O Consuni também debateu sobre a segurança nos campi da Universidade. Representantes das faculdades de Ciências da Saúde (FS), de Comunicação (FAC) e de Educação (FE) trouxeram demandas a respeito de escalas e/ou falta de pessoal (de portaria e vigilância terceirizada). O prefeito da UnB, Valdeci Reis, se comprometeu a acompanhar os pedidos, mas esclareceu que há limitações. Ele reforçou que, atualmente, a segurança da UnB funciona de maneira estratégica, com recursos humanos e tecnológicos – entre eles, 350 câmeras de videomonitoramento, com as quais a vigilância é feita 24 horas.
Em um breve balanço sobre o assunto, o vice-reitor, Enrique Huelva (que preside o Comitê Consultivo Permanente para a Gestão da Segurança da UnB), informou que, de 1º janeiro a 21 de março deste ano, houve o registro de três crimes no campus Darcy Ribeiro. Nos três primeiros meses do ano passado (antes da implementação da nova estratégia de segurança), foram 53 ocorrências. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
"Sabemos que uma análise mais completa demanda avaliação longitudinal, por um período maior. Ainda assim, é importante observar que as medidas tomadas até agora estão na direção certa", disse. "Mas, obviamente, toda informação reportada a respeito de problemas é relevante", reforçou.
RECONHECIMENTO – Os membros do Consuni também aprovaram a outorga de título de Professor Emérito a três docentes da Universidade: Zulmira Marques Lacava, do Instituto de Ciências Biológicas (IB); Iran Junqueira de Castro, da Faculdade de Educação Física (FEF); e Onildo João Marini, do Instituto de Geociências (IG).
Outro agraciado, mas com título Doutor Honoris Causa, foi o cientista escocês Fraser Stoddart, um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Química em 2016. Stoddart, que estuda o funcionamento de máquinas moleculares, virá à UnB para uma palestra no próximo dia 9 de abril. Na data, também haverá a entrega do título ao pesquisador.
Além dos reconhecimentos acadêmicos, os conselheiros do órgão máximo da UnB homologaram o nome do professor Ileno Izídio da Costa como decano de Assuntos Comunitários. "O professor André Reis deixou o decanato por questões pessoais, algo que compreendo, embora tenha lamentado. Agora, o professor Ileno assume com o compromisso de dar continuidade a ações já iniciadas e a fortalecer nossa atuação, principalmente no que diz respeito à saúde mental e à qualidade de vida", destacou a reitora Márcia Abrahão.
"Estou na UnB desde os meus 17 anos", contou o novo decano. "Pretendo fomentar iniciativas de promoção à saúde a partir da própria comunidade acadêmica. Obviamente, não vamos construir serviços clínicos de atenção, pois isso é competência do Estado, mas melhorar nossas estruturas e relações", disse Ileno, que é docente do Instituto de Psicologia.