NO CONGRESSO

Em encontro com parlamentares de todas as legendas, administração pediu apoio para reversão do bloqueio orçamentário e mostrou dados da instituição

 

Um encontro no início da tarde desta terça-feira (28) reuniu gestores da Universidade de Brasília com parlamentares da bancada do Distrito Federal na Câmara e no Senado. A reunião foi provocada pela administração da UnB, que busca apoio para reverter o bloqueio orçamentário imposto à instituição e fortalecer a autonomia universitária.

Reitora reuniu-se com parlamentares para pedir apoio para reversão do bloqueio orçamentário. Foto: Divulgação

 

“A UnB é a única universidade federal do DF e a melhor do Centro-Oeste. Temos projetos de excelência e impacto em todas as áreas. Precisamos do apoio de vocês, para fortalecer, cada vez mais, a nossa atuação junto à população”, disse a reitora Márcia Abrahão. 

Participaram da reunião as deputadas Flávia Arruda (PR), Celina Leão (PP), Erika Kokay (PT) e Israel Batista (PV) e o senador José Reguffe (sem partido). A senadora Leila Barros (PSB) e os deputados Júlio César Ribeiro (PRB), Paula Belmonte (PPS) e Bia Kicis (PSL) enviaram representantes. O senador Izalci Lucas (PSDB) conversou com a reitora por telefone.

“A reversão do bloqueio é uma pauta emergencial. Além de estarmos com 39% dos nossos recursos de manutenção retidos, temos também o contingenciamento, que atinge 40% do custeio e 10% do investimento”, explicou a decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi.

“Outra questão que nos preocupa muito diz respeito à autonomia das universidades. Temos um decreto presidencial que, a partir de junho, vai retirar dos reitores o poder de nomear diretores de institutos e faculdades, o que contraria leis e a Constituição”, mencionou a reitora. “Mas não é apenas isso. A autonomia precisa estar mais bem amarrada. A nomeação de reitores a partir da lista tríplice ainda é confusa. Hoje temos oito não nomeados”, destacou.

Os presentes acertaram a assinatura de um manifesto da bancada em defesa da UnB e do Instituto Federal de Brasília e a realização de uma sessão solene na Câmara, em data a ser definida nos próximos dias. Outra proposta foi a articulação de um fórum de defesa da UnB. “Seria importante ter a participação de pessoas e instituições da sociedade civil, como a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] e a CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil]”, sugeriu a deputada Erika Kokay.

PLURALIDADE O envolvimento de parlamentares de todos os espectros políticos foi exaltado pelos presentes. “Nós não precisamos ser convencidos da importância da pauta da educação. A UnB é um patrimônio não só nosso, mas também das futuras gerações”, disse a deputada Celina Leão.

Deputada Celina Leão mostrou-se sensibilizada pela situação da Universidade e da educação. Foto: Divulgação

 

Márcia Abrahão também pediu apoio às ações organizadas pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) com a OAB e com o Congresso, em prol da autonomia universitária, e para a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição apresentada recentemente pelo senador Confúcio Moura (MDB/RO). O texto trata da liberação da arrecadação própria das universidades – hoje restrita ao teto orçamentário.

“Também é importante já estabelecer diálogo sobre as emendas de bancada do ano que vem. Temos, por exemplo, a necessidade de recuperação estrutural da Biblioteca Central, que atende a todo o DF, e do prédio do ICC”, apontou a reitora. Ela disse que, em breve, a UnB deve divulgar o resultado de um estudo acerca do impacto socioeconômico da instituição na região.

CIÊNCIA A diretora de Pesquisa do Decanato de Pesquisa e Inovação, Cláudia Amorim, fez apelos para que os parlamentares também se mobilizassem pela liberação dos recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). “O orçamento deles sofreu duros revezes e isso prejudica todo o desenvolvimento da ciência brasileira, agora e a longo prazo”, lembrou.

A conversa com a bancada federal do DF foi a primeira deste ano, em um movimento da administração superior para estreitar as relações com o parlamento. “É muito importante manter esse contato, pois, afinal, todos queremos o desenvolvimento da educação e do DF como um todo”, defendeu a reitora.

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