A Universidade de Brasília deu mais um passo rumo à sustentabilidade e ao uso racional dos recursos. Em reunião na última sexta-feira (5), o Conselho Universitário (Consuni) aprovou a reorganização da área ambiental e a criação da Secretaria de Meio Ambiente da UnB (SeMA). A nova estrutura vai incorporar a atual Assessoria de Sustentabilidade Ambiental (ASA), ligada ao Gabinete da Reitora, e responder pela organização de todas as ações com essa temática na instituição, em diálogo com as áreas executoras.
A relatoria da proposta de criação da SeMA foi feita pela diretora do Instituto de Física, Fátima Makiuchi. “É de se esperar que uma instituição pública de caráter acadêmico, científico-tecnológico e de inovação, que forma profissionais para o mercado e para a esfera pública, (...) seja referência no trato de suas questões ambientais”, escreveu ela no parecer.
A reitora Márcia Abrahão esclareceu que a Secretaria não fará a gestão das áreas verdes específicas da Universidade, mas dará apoio para a implementação de estratégias sustentáveis em diversas frentes. “A Fazenda (Água Limpa), por exemplo, continuará sendo responsabilidade do diretor de lá. Mas a Secretaria cuidará de tudo o que for relacionado à compensação ambiental e aos licenciamentos para obras”, ilustrou.
Entre as futuras tarefas da SeMA, estão desenvolvimento de um sistema para a gestão de resíduos sólidos e para resíduos perigosos nos campi, a implementação da coleta seletiva e o estabelecimento de ações para a redução do consumo de água e energia elétrica. “Com esse passo, colocamos a questão da sustentabilidade em um patamar mais elevado, assim como outras universidades já fizeram há muito tempo”, observou o professor Pedro Zuchi, assessor de Sustentabilidade Ambiental da UnB e futuro secretário de Meio Ambiente.
Além da criação da Secretaria, o Consuni iniciou as discussões sobre as novas diretrizes de convivência da comunidade universitária. O diálogo iniciou com a leitura do relatório da comissão responsável por elaborar a minuta da nova resolução. Ficou acertado que os diretores levariam o texto para apreciação nos decanatos, institutos e nas faculdades.
“Me preocupou o fato de a proposta retirar das unidades acadêmicas a autonomia sobre seus estudantes e centros acadêmicos, algo que contraria uma resolução do CAD (Conselho de Administração), segundo a qual os centros acadêmicos pertencem às unidades”, observou a reitora. Ela lembrou que há uma resolução do Consuni sobre diretrizes de convivência em vigor, de 2012. O que está em suspenso é a autorização para realização de festas, após o episódio em que um jovem morreu assassinado no estacionamento da Faculdade de Direito.
HONORIS CAUSA – Os conselheiros também aprovaram, por aclamação, a concessão do título de Doutor Honoris Causa ao filósofo e linguista Avram Noam Chomsky. A proposta foi feita pelo Instituto de Letras (IL). “A concessão do título foi discutida, também, no âmbito da Comissão Memória e Verdade da UnB, tendo a Faculdade de Comunicação como uma das entusiastas da iniciativa”, destacou a diretora do IL, Rozana Naves. A Universidade deve tentar trazer Chomsky para um evento em agosto.
Outro assunto deliberado foi a escolha de duas novas membras para a Câmara de Projetos, Convênios, Contratos e Instrumentos Correlatos (Capro). As professoras Liliane Campos Machado, da Faculdade de Educação, e Neuma Brilhante, do Instituto de Ciências Humanas serão representantes titulares da área de Ciências Humanas e Sociais no colegiado.