AVALIAÇÃO

Com participação de diferentes unidades da UnB, encontro promovido pela Comissão Própria de Avaliação privilegiou abordagem multidimensional dos temas

VI Fórum de Avaliação Institucional foi realizado no auditório Dois Candangos da FE. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

“Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza.” Citando Boaventura de Souza Santos, a professora Sinara Zardo, da Comissão Própria de Avaliação (CPA) da UnB, destacou como as instituições devem entender a inclusão das pessoas com deficiência. A fala fez parte do VI Fórum de Avaliação Institucional da Universidade.

 

O evento anual realizado pela CPA e pelo Decanato de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO) reuniu, nesta terça (8), membros da comunidade acadêmica de diferentes unidades, acadêmicas e administrativas. Esta edição teve como foco a relação entre avaliação e acessibilidade, abordando práticas e desafios da UnB.

 

“A acessibilidade é um tema complexo e contínuo. Quanto mais são promovidas condições de participação, mais necessidades surgirão”, acrescentou Zardo. A professora entende que o país possui legislação consistente e ampla, mas falta efetivar os direitos, não apenas positivá-los.

 

Nesse sentido, a acessibilidade na educação superior deve ser transversal à graduação, à pós-graduação e a todas as atividades que envolvam ensino, pesquisa e extensão. “Não é apenas um dever constitucional, mas uma condição de dignidade e participação das pessoas com deficiência”, sublinhou.

 

A professora fez referência à Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, resolução da Organização das Nações Unidas de 2006. Ela explicou que a partir de então houve uma ruptura do modelo médico e clínico para a perspectiva biopsicossocial

Claudia Griboski e Sinara Zardo falaram sobre avaliação e acessibilidade na promoção da qualidade institucional. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Dentre as diversas abordagens da acessibilidade, a atitudinal é uma das mais desafiadoras, tendo em vista que a maior barreira ainda é o preconceito. Por isso, é tão importante o envolvimento de todos no processo de inclusão, a partir de ações integradas e de promoção da garantia dos direitos humanos.

 

Sinara Zardo lembrou que a UnB, em breve, implantará a sua Política de Acessibilidade, discutida no ano passado e em fase de avaliação. “É preciso considerar a pessoa com deficiência como sujeito de direito e protagonista na construção do processo da acessibilidade”, apontou.

 

AÇÕES INSTITUCIONAIS – Presidente da CPA, Claudia Griboski mencionou os diferentes instrumentos da avaliação institucional, que mensura a qualidade dos cursos, das instituições federais de ensino superior e dos estudantes. Sobre a acessibilidade, a docente assegura que ela é requisito legal e deve ser levada em conta na autoavaliação institucional.

 

Além disso, Griboski observou que todas as dimensões de um curso devem considerar os recursos e as estratégias de acessibilidade, tais como: a bibliografia básica, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), a estrutura e os conteúdos curriculares, a metodologia didática, o apoio ao discente e as tecnologias de informação e comunicação (TICs).

 

O Relatório de Autoavaliação Institucional de 2019 está disponível on-line e, só no primeiro mês, já teve 300 acessos; a expectativa da Comissão era de alcançar esse número no período de um ano. “Ele está sendo usado pela comunidade como fonte de pesquisa e informação. Vale destacar que 100% das indicações de melhoria propostas pela CPA no ano anterior foram implementadas nesta gestão”, frisou Griboski.

Carolina Sousa, no teclado, interpretou a canção Garota de Ipanema, em momento artístico do evento. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

A decana do DPO, Denise Imbroisi, manifestou que as políticas de acessibilidade são um assunto muito caro para a Universidade, que demanda cada vez mais discussão e apoio.

 

“Precisamos sempre buscar aperfeiçoar nossos processos inclusivos e o PPNE [Coordenação de Apoio às Pessoas com Deficiência] é um grande parceiro na identificação das prioridades e soluções”, afirmou. 

 

Imbroisi fez um convite aos presentes para participarem da consulta pública de avaliação institucional, que deverá ser lançada em breve. Além da presidente da CPA e da decana do DPO, também participaram da abertura o decano de Ensino de Graduação (DEG), Sérgio de Freitas, e o vice-diretor da Faculdade de Educação (FE), José Villar.

 

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