A Universidade de Brasília (UnB) repudia veementemente os ataques sofridos por mais de 70 pesquisadores brasileiros que realizam a pesquisa CloroCovid-19, cujo objetivo é testar a eficácia e a segurança da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes acometidos pelo novo coronavírus (SARS-CoV2). Entre os pesquisadores, está o professor Gustavo Sierra Romero, diretor da Faculdade de Medicina (FM) da UnB, e o professor Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz no Amazonas e egresso da Universidade.
É lamentável que cientistas brasileiros comprometidos com a busca de soluções para o grave problema que atravessamos estejam sendo alvo de tão deplorável prática, que, afinal, desacredita a ciência como um todo. O referido estudo, aprovado pelo sistema de ética em pesquisa do Conselho Nacional de Saúde (CEP/Conep), congrega um conjunto de instituições sérias e responsáveis. Além da UnB e da Fiocruz, estão envolvidas a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, a Universidade do Estado do Amazonas e a Universidade de São Paulo, entre outras.
O professor Gustavo Romero tem sólida carreira na UnB, tendo coordenado o Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, de 2011 a 2016, e dirigido o Hospital Universitário de Brasília (HUB), no período de agosto de 2008 a abril de 2011. Tem quase uma centena de artigos científicos publicados e é membro titular do Conselho Consultivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Também integra uma equipe que investiga a eficácia e a segurança de uma vacina contra a dengue.
O professor Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda, graduado e pós-graduado pela UnB, foi pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Doenças Negligenciadas (INCT-DN) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). É um dos criadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Eliminação da Malária (Instituto Elimina), que desenvolve pesquisas sobre a malária há mais de 20 anos.
A pandemia de coronavírus representa um dos maiores desafios de nosso tempo e só poderá ser superada com a ciência e a colaboração de todos. Nesse sentido, é inaceitável que os pesquisadores estejam sofrendo ataques motivados por razões ideológicas e sem qualquer respaldo na realidade e em pesquisa científica. A UnB reitera seu compromisso com a defesa da ciência, da ética e do respeito ao próximo.
Márcia Abrahão Moura
Reitora
Enrique Huelva
Vice-reitor
REITORIA
Nota de repúdio a ataques sofridos por pesquisadores que estudam a eficácia da cloroquina
Reitoria posiciona-se contra críticas
- Do Gabinete da Reitora