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OPINIÃO

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Hoje, 5 de Setembro é o DIA DA AMAZÔNIA. Nós, estudantes, docentes e servidores/as da Universidade de Brasília gostaríamos de estar comemorando esse dia com festa e alegria, mas não há nada a comemorar. A Amazônia está em chamas.


A Amazônia passa por uma crise sem precedentes, protagonizada pela situação caótica provocada por criminosos na Amazônia, a floresta mais biodiversa do planeta, onde vivem a maior parte dos povos indígenas do Brasil e diferentes comunidades tradicionais, em um ano viu crescer o desmatamento em 88%. O que vem acontecendo na Amazônia tem repercutido, intensamente, por toda parte do mundo e vem se configurando num crime contra a humanidade.


Estamos indignados/as com as propostas do governo atual para a situação causada por ele próprio à Amazônia e ao seu povo. Ao invés de exercer seus deveres para proteger o meio ambiente, estabelecidos pela Constituição Federal, se omite das suas responsabilidades, estimulando crimes ambientais e sendo conivente com eles. Através de grandes cortes orçamentários em órgão públicos, reduziu fortemente a fiscalização para combater o desmatamento e as queimadas. Foram cerca de 30% a menos de multas aplicadas e nenhuma operação de fiscalização foi realizada pelo IBAMA neste ano.


Entre os seus desmandos, o governo ataca o conhecido e conceituado INPE e a comunidade científica pela divulgação dos dados alarmantes de destruição da floresta amazônica. Mas não é só, as ações perversas do governo eleito em 2018 avançam sobre Unidades de Conservação e Terras Indígenas, propondo a sua abertura para exploração de hidrelétricas, mineradoras e do agronegócio. É uma afronta aos direitos conquistados pelos povos indígenas e comunidades tradicionais.


A destruição ambiental através de desmatamentos e queimadas, e a apropriação indevida e exploração predatória das terras, das águas e dos recursos minerais, com a conivência do governo federal, tem potencializado a violência contra povos indígenas, quilombolas, agricultores/as familiares, camponeses, ribeirinhos, entre outros. É na Amazônia que tem ocorrido as maiores chacinas e assassinatos de trabalhadores/as e lideranças.


O discurso agressivo de campanha do governo, eleito em 2018, e a implementação de suas políticas têm incentivado à ampliação de crimes ambientais e ataques mais violentos contra os povos indígenas e comunidades tradicionais. As políticas entreguistas praticadas na atualidade, somadas à desestruturação
das instituições afrontam nossa soberania sobre a Amazônia e os direitos humanos.


Não podemos ficar quietos, só olhando, precisamos gritar bem alto que defendemos a Amazônia, seus povos indígenas, comunidades tradicionais e as populações que lá trabalham e vivem, sua biodiversidade, suas terras, florestas, águas e minérios. Vamos continuar somando às lutas e resistências que os movimentos sociais e instituições de defesa da Amazônia vêm realizando. A Amazônia brasileira é nossa.

 

Assinam este manifesto as seguintes organizações:


ANTRO - Centro Acadêmico de Antropologia
AAIunB - Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB
CAADM - Centro Acadêmico de Administração
CAAGRO - Centro Acadêmico de Agronomia
CAAMB - Centro Acadêmico de Ciências Ambientais
CABIO - Centro Acadêmico de Biologia
CACINA - Centro Acadêmico de Licenciatura em Ciências Naturais - FUP
CACOM - Centro Acadêmico de Comunicação
CADir - Centro Acadêmico de Direto
CAEDF - Centro Acadêmico de Educação Física
CAENA - Centro Acadêmico de Engenharia Ambiental
CAEST - Centro Acadêmico de Estatística
CAGEA - Centro Acadêmico de Geografia
CALET - Centro Acadêmico de Letras
CAMAT - Centro Acadêmico de Matemática
CAMEC - Centro Acadêmico de Eng. Mecânica
CAMU - Centro Acadêmico de Museologia
CAPOL - Centro Acadêmico de Ciências Políticas
CAPOP - Centro Acadêmico de Gestão de Políticas Públicas
CAREDES - Centro Acadêmico de Engenharia de Redes
CASC - Centro Acadêmico de Saúde Coletiva
CASESO - Centro Acadêmico de Serviço Social - Comissão Eleitoral
CATRON - Centro Acadêmico de Eng. Mecatrônica
CAVIS - Centro Acadêmico de Artes Visuais e Teoria Crítica da História da Arte
CEMA - Comitê Estudantil pelo Meio Ambiente
DAENG - Diretório Acadêmico das Engenharias BATALHA DA ESCADA
APG-UnB - Associação de Pós Graduação
ADUnB-SN - Associação dos Docentes da Universidade de Brasília
SINTFUB - Sindicato dos Trabalhadores da Fundação da Universidade de Brasília
UNE - União Nacional dos Estudantes
FASUBRA - Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil

 

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