OPINIÃO

 

Alessandro Borges de Sousa Oliveira é professor da Engenharia Automotiva e foi diretor do campus UnB Gama entre 2008 e 2016. É doutor pela Ecole Nationale Supérieure D'arts Et Métiers. Coordena o projeto Baja SAE da UnB.

 

 

Augusto César de Mendonça Brasil é professor da Engenharia de Energia e atualmente diretor-presidente da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec). Foi diretor do campus UnB Gama de 2016 a 2020 e vice-diretor de 2012 a 2016. Possui doutorado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa.

 

 

Sandro Augusto Pavlik Haddad é atualmente diretor do campus UnB Gama e professor da Engenharia Eletrônica. Possui doutorado na área de Microeletrônica pela universidade TUDelft-Holanda.

Alessandro Borges de Sousa Oliveira, Augusto César de Mendonça Brasil e Sandro Augusto Pavlík Haddad

 

Ao escrever este artigo sobre o campus Gama da Universidade de Brasília, tivemos a feliz oportunidade de olhar para trás e contar uma história que não é só nossa, mas, acima de tudo, uma bonita relação entre pessoas e instituições. No nosso caso, como diretores, tal relação caracteriza-se pela dedicação pessoal às instituições e ao país, visando um projeto de construção universitária. E essa história não tem um fim, pois somos uma breve parte, um tijolo dessa construção. A história do campus UnB Gama evidencia o papel de cada um de nós na construção da Universidade de Brasília.

É interessante contextualizar que a inciativa da materialização de um novo campus da Universidade de Brasília nasceu desde o desafio do governo para expansão das universidades, passando pela aceitação desse desafio por parte da Universidade, e convergindo para um grupo de professores que idealizou e escreveu um projeto inicial. Vale a pena aqui enfatizar que a beleza da idealização do novo campus retomou a filosofia e o sonho dos fundadores da Universidade de Brasília. A seguir, houve um outro grupo de professores e técnicos que efetivamente se envolveu na organização administrativa e acadêmica, e também na materialização da infraestrutura. Nas mãos dessa geração de recém-contratados, foram elaboradas as primeiras versões dos projetos pedagógicos de quatro cursos de Engenharia, foram dimensionadas as turmas do primeiro semestre, distribuídas as cargas horárias dos professores, realizadas as matrículas de alunos e foi viabilizado o espaço físico de salas administrativas, salas de aula e laboratórios. Para a grande demanda de matrículas, turmas e até mesmo para as contratações de pessoas, vários procedimentos foram criados para sistematização, tais como a organização das turmas em turnos, mapa de salas e horários, realização de diversos concursos simultâneos, bem como processos pré-formatados de plano de trabalho, estágio probatório e progressão funcional. Alguns destes processos serviram de base para melhorias nos processos da Universidade como um todo, como por exemplo, o sistema de progressão funcional de docentes da UnB.

O campus UnB Gama foi inaugurado em 2008 nas instalações de um prédio provisório, que era o antigo Fórum da cidade do Gama, cedido temporariamente pelo TJDFT. Com o aumento do número de alunos ao longo dos semestres, houve a necessidade de encontrar outros espaços para abrigar novas turmas. Assim, algumas aulas aconteceram em espaços improvisados, além do prédio do Fórum, tais como o estádio de futebol da cidade do Gama, em salas de aula de uma escola pública, aulas de laboratório em um galpão industrial e, posteriormente, a utilização de algumas salas de aula na escola do Sesc. Em 2011 foi concluído e inaugurado o primeiro prédio de salas de aula no campus, a UAC (Unidade Acadêmica), e no ano seguinte inaugurado o prédio de laboratórios e salas de professores, a UED (Unidade de Ensino e Docência). Ainda em 2011, foi aprovado um novo curso, de Engenharia Aeroespacial, aumentando para cinco cursos em funcionamento no campus UnB Gama. Entre 2011 e 2016, as atividades do campus Gama eram divididas entre os prédios no novo campus e o prédio do antigo Fórum. Com a devolução do prédio do antigo Fórum ao TJDFT, as atividades administrativas e aulas teóricas passaram a se concentrar somente no espaço do campus, restando ainda algumas atividades práticas no galpão industrial. Contudo, em 2016 a infraestrutura mínima ainda não estava consolidada, faltando o cercamento, estacionamento, jardins e o prédio de laboratórios de pesquisa (UEP – Unidade de Ensino e Pesquisa), o LDTEA. Cabe uma recordação sobre o prédio LDTEA, cujo nome foi herdado de um projeto CT-Infra, submetido a financiamento da Finep. Esse projeto teve o envolvimento de praticamente todos os professores à época, que idealizaram, desenharam e dimensionaram os laboratórios, a estrutura civil, a rede hidráulica, a rede de energia e a rede lógica. Em 2018, foi inaugurado o LDTEA e, finalmente, todas as atividades administrativas, acadêmicas e de pesquisa se concentraram na área do campus.

O contexto histórico do “nascimento” do campus Gama marcou todas as ações realizadas para implementação desse projeto. O campus foi idealizado e materializado dentro do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). A atuação desse programa do Governo Federal, o Reuni, se dava em cinco dimensões:

1- Reestruturação acadêmico-curricular
2- Inovação pedagógica
3- Mobilidade intra e interinstitucional
4- Compromisso social das universidades
5- Articulação entre graduação, pós-graduação e os demais níveis educacionais.
Bem como, as metas do Reuni requeriam:
1- O aumento gradual da taxa de conclusão dos cursos de graduação presenciais
2- Elevação gradual da relação aluno/professor para 18
3- Aumento mínimo de 20% nas matrículas de graduação

Especificamente para os cursos de Engenharia no Brasil, o objetivo era aumentar de cerca 41 mil engenheiros formados anualmente em 2007, para 100 mil engenheiros formados em 2014. Esse objetivo foi atingido em 2016.

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