INSPIRAÇÃO

Especial produzido pela UnBTV tem depoimentos de três mulheres importantes na administração da Universidade

"É necessário que o Estado proporcione creches e outros equipamentos públicos que nos deem sustentação para que a gente possa participar, se não, ficamos de fora", ressaltou a decana de Extensão Olgamir Amancia. Na imagem, da esquerda para a direita: Olgamir Amancia, Maria Emília Walter e Márcia Abrahão. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

A UnBTV lançou o documentário Elas no comando, um especial com depoimentos de mulheres que ocupam cargos de gestão na Universidade de Brasília. Estrelam o programa a primeira mulher a ocupar o cargo de reitora da UnB, Márcia Abrahão; a decana de Pesquisa e Inovação, Maria Emília Walter; e a decana de Extensão, Olgamir Amancia.

 

O documentário retrata o percurso profissional dessas mulheres. Desde os primeiros passos na carreira aos desafios enfrentados ao longo do caminho, até chegar à administração de uma das maiores universidades do país. “Sempre quis seguir uma trajetória acadêmica. Tive muita inspiração na minha própria família. E meu pai foi minha grande inspiração, pois era engenheiro e trabalhou aqui na Universidade com Oscar Niemeyer e Darcy Ribeiro. A Universidade já fazia parte da minha vida e quis trilhar aquele caminho”, relembrou a decana Maria Emília Walter, também docente do Instituto de Ciências Exatas (IE/UnB).

 

Ao longo da produção, as professoras relembram os obstáculos extras enfrentados por serem mulheres. “Quando eu entrei no curso de engenharia química, nós éramos quatro meninas. Eu sou de uma área que foi historicamente entendida como própria para homens. Então, foi necessário compreender a questão de gênero na sociedade em que nós vivemos e como ela é utilizada em uma construção que faz a sociedade rebaixar as mulheres, desqualificar, e lutar contra isso”, contou Olgamir Amância, docente da Faculdade UnB Planaltina (FUP/UnB).

 

Um dos desafios que muitas vezes se apresenta na vida de mulheres é o excesso de demandas sociais que as faz serem confrontadas concomitantemente com o trabalho do cuidado, o trabalho da maternidade e o trabalho da vida profissional e acadêmica. “Minha filha nasceu no início do meu doutorado. Ela ia crescendo e o doutorado não terminava. Às vezes, eu estava no meio de uma pesquisa em laboratório, que era difícil conseguir horário, e a escola dos meus filhos ligava. Precisava sair correndo e só conseguiria outro horário um mês depois. A mesma dificuldade para as saídas de campo”, compartilhou a reitora Márcia Abrahão, docente do Instituto de Geociências (IG/UnB).

 

Outro ponto destacado foi a necessidade de manter a luta contra a misoginia e o combate ao preconceito contra mulheres, especialmente quando em postos de comando. “Muitas vezes, a gente tem que fazer um enfrentamento a esses preconceitos. Isso aconteceu quando eu assumi a reitoria: um homem pegou o microfone e queria me ensinar a fazer as coisas. Eu falei, espera aí, a reitora aqui sou eu. Quando eu te der a palavra, você fala. Mas muitas vezes, quando a mulher se impõe dessa forma, ela é vista como muito dura ou até mesmo grosseira. Quando é o homem, ele tem pulso, sabe ser gestor", avalia Márcia Abrahão.

 

Assista ao especial completo e confira mais sobre a trajetória de cada uma das gestoras:

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